sábado, 21 de fevereiro de 2009

5 anos depois

Faz hoje precisamente 5 anos que voltei a casa depois da maior e melhor aventura que vivi até hoje. Caía neve lá no sítio da minha aventura, há 5 anos. Muita. Almocei carbonara e tiramissu. Despedi-me em lágrimas. Recebi uma pulseira de uma pessoa que nunca vi, mas que mandou recado de me adorar. E um brinco par do da minha Federica sem par. Faz hoje precisamente 5 anos que o Lorenzo me fez uma banda desenhada que reza assim: "R..inha, noi... dispiace... tanto... tu... parti... ma... noi... presto... viene.. Portugal, ok?!". Faz hoje 5 anos que os vi pela última vez. À minha Federica e à minha Sónia, ao Lucca, ao Lorenzo, à Ponga e à Milla. Faz hoje 5 anos que aqueles seis atravessaram um carro em frente ao meu autocarro e eu recebi um abraço colectivo onde me sussurraram ao ouvido: "Tens a certeza que não queres ficar para sempre connosco?! Seríamos tão felizes. Nós já não gostamos só de ti. Nós amamos-te!". Faz hoje precisamente 5 anos que eu senti, ao voltar a casa, estar a voltar a um sítio aonde já nunca mais pertenceria inteira. Porque uma parte de mim, talvez a mais perfeita, ficou agarrada àquele abraço. Faz hoje 5 anos que voltei atrás muitas vezes no aeroporto e pensei em muitas desculpas para viver para sempre no sítio onde fui mais feliz até hoje. Faz hoje precisamente 5 anos que acabou o último reduto do meu tempo totalmente em paz até hoje. Faz hoje precisamente 5 anos. Desse tempo, guardo, envolto em ternura e enfeitado de suspiros, um baú de viagens: Parma, Modena, Pavia, Verona, Pavia, Milão, Lago de Como, Lugano, Pavia, Veneza, Pádua, Pavia, Bolonha, Pisa, Siena, San Gimignano, Florença, Pavia, Génova, Lago Maior, Mónaco, Pavia, Assis, Roma, Pavia, Peruggia, Pavia. Desse tempo, guardo quartos de hotel pelintras mas com um intenso aroma a aventura e companheirismo. Desse tempo, guardo Peruggia e um melhor amigo, insistências com banhos da noite, pancadas fortes de querer mais. Desse tempo, guardo olhos vivos e olhares atentos. Um teatro, um cinema, chocolates quentes, corsos Garibaldi e Cavour. Um Professor Conte. Um mercado de domingo. Amigos feitos do nada e que em tantas horas sobraram em tudo. Um dia, num dos dias desse tempo, uma amiga disse-me ao ouvido: "És especial. Tão especial que hoje decidi que és o meu anjo da guarda de quando o meu anjo da guarda está de greve.". E diz que fui. Mas eu acho que não. Porque essa criatura mágica não precisava de anjos da guarda, tão perfeita que ela é. Faz hoje precisamente 5 anos que fechar a porta do n.º 11 da Via Maffi me doeu como soltar pedaços de corpo e alma. Porque eu já era tanto de lá como só se pode ser do sítio onde nos querem. Mas vim. E faz hoje 5 anos. E eu tinha de vos dizer isto!

1 comentário:

  1. opahhh gostei tanto :') queria tanto viver algo iguaç... já estou um pouco quente hoje...festa nas biologias... beiuhjinho grande , gosto de ti R :)

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