sábado, 28 de março de 2009

Mestre

Parece que sou mestre. E parece que sou muito boa :)
Começamos por desejar, do mais fundo da nossa alma, que alguém nos tire dali. Mas há um momento, não sei dizer bem qual, em que passamos a estar inteiros naquele papel, a assumi-lo, a tomar-lhe as rédeas a gosto. Há um momento, esse que não sei dizer bem qual, em que começamos a respirar, depois de um ou dois suspiros a desamparar o medo. Daí em diante, somos protagonistas e ninguém nos rouba a vontade dos aplausos. Quando a peça finda, é verdade que nos assaltam novamente muitas dúvidas, mas não se perde nunca mais a vontade de receber os aplausos. São dúvidas diferentes. Já não queremos que nos tirem dali. Queremos ficar até ao fim. Ver, para crer! E quando nos chamam sorrateiramente e nos vão dando às pinguinhas as boas notícias, tecidas de muitos adjectivos e a cheirarem a umas quantas flores, quase nos sentimos em casa! Ontem foi assim. E foi o péssimo e o óptimo no mesmo dia. Ontem senti-a como um filho, pelo menos nas dores do parto. Mas não nego que já não há costura que nos possa ferir diante da imensidão de alívio e alegria que parimos.

Apesar de tudo, disse-o na véspera, não é ser ou não mestre que me deixa mais feliz, embora acredite que estaria hoje menos contente se não tivesse vivido o dia de ontem. Mas o que conta é quem lá esteve, mesmo lá não estando. Quem me arrecadou nas teias de uma amizade que me deixa quebrada e nunca duvida que vai correr bem. Por isso, o dia de ontem foi perfeito por acabar com amigos. Daqueles eleitos para melhores e que existem para concretizar sonhos: porque tive uma festa surpresa, porque tive um magnífico ramo de túlipas brancas, porque tive outro todo feito de atenção e primavera, porque me ri e chorei.

Sou inteira porque tenho gente assim! Nos amigos não me sinto nunca finita!

P.S. E recebi os brincos de sonho!

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