terça-feira, 17 de março de 2009

Nada

Hoje, enquanto estudava, percebi mais uma vez o imenso nada que sei. Quando estudo, fico assim. Absorvida pela ignorância. Não fico propriamente triste. Fico alerta. Fico... certa da finitude. Olho notas de rodapé tão imensas, todas feitas de obras tantas... e caio em mim. Não vale a pena penar. Nunca saberás tudo disto. Nunca saberás muito disto. Nunca saberás suficiente disto. Se viveres longos anos, pode ser que um dia chegues a saber quase nada disto. Depois, sim, escureço. Porque a decisão de escolher do que se quer um dia tentar saber quase nada é demasiado importante para eu já a ter tomado. Tão menina, ainda. Tão impreparada, ainda. Tão à espera, ainda. Escureço. Penso que de literatura, de teatro, de cinema, de biologia, de astronomia, de culinária, de geografia, de filosofia, de tanta coisa gostava de alimentar secretamente a esperança de um dia poder saber quase nada. Mas tenho a certeza que longos anos que viva há todo um quase que me faltará em tudo. E no fim, só se souber nem que seja menos de quase nada de alguma coisa é que poderá ter valido a pena. Não estou triste. Estou só... finita!

4 comentários:

  1. Mas é assim...ou não ?
    Apenas há que evitar o perfeccionismo - atalho "guloso" para quem experimenta esta sensaçaõ de finitude, de "tão nada o que eu sei...".


    Bj.
    C (EN)

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  2. Sei... fazer amigos!!! Nisso sou uma perfeccionista!
    Beijinhos aos dois!!!

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  3. O saber mais importante de todos é este, não é? A consciência do quanto não sabemos ainda.

    :)

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