quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Fuga

Uma molha da cabeça aos pés depois de uma viagem de loucos... Tínhamos finalmente chegado ao hotel para ficar, já mais compostinhos, com um jantar à pressão, mas pronto! R. Maria, conhecida pelo seu síndrome de friose aguda, depressa experimentou uma água de banho quase a escaldar, vestiu o pijaminha e se enfiou na cama, só com as mãozinhas de fora para poder trabalhar noite dentro. Por companhia, o fiel amigo computador. Estava R. Maria no auge da sua concentração quando lhe batem à porta. A custo, enroladinha no cobertor suplente e com o ar condicionado já há muito ligado, levanto-me e vou abrir. A chefia que me acompanhara, em pijama, pedindo ajuda porque... tinha ficado fechada do lado de fora do quarto. Ora bem... solução engenhosa, a mesma porta que fechava a casa de banho, fechava o quarto e ela tinha-a fechado e ficado no hall da casa de banho. Pôs qualquer coisa a travar a do quarto, mas estava carecida de auxílio. R. Maria, que é uma rapariga solidária, telefona para a recepção, que diz que não faz serviço de quartos e que basta mandar uma pancada forte na porta que ela abre. Primeiro: isto não é um serviço de quartos... é um serviço de corredor, porque o quarto está fechado! Segundo: era o que mais faltava sujeitar-me a deslocar um ombro para me andar a mandar com força contra as portas. Pois... mas vai ver que consegue. E mais nada! O silêncio! Incrédula, achei que a juventude exigia que me oferecesse para ser eu a mandar-me contra a porta. Não ia exigir tamanha façanha à senhora. E fui. Assim sendo, R. Maria, em pijama e com umas meias de dormir com uns pompons de todas as cores, sai do quarto e mete perninhas ao caminho. Atravesso o corredor tal qual faria se não estivesse naquela figura e inspiro. Mando-me contra a porta... e nada. Decidimo-nos por uma solução de parceria: mandarmo-nos as duas! E mandámos! E conseguimos! Serviço cumprido, volto em figura de circo para o meu aposento. Enfio-me novamente em vale de mantas e rio-me. Batem à porta... G., estranhando a confusão, decidiu vir dar dois dedos de prosa. E é então que eu penso que se uma pessoa leva um homem na viagem, ele pode ser útil nestas ocasiões. Mas não, preocupada se a alminha estaria já a dormir e ciente do esforço que fora a viagem, decidi não incomodar. Mas a alminha aparece-me com um ar fresco e fofo... Trocas de impressões. Contatação número mil que sou mesmo friorenta e que me sirvo disso para ageniar nas compras de meias de dormir! Fim de citação. Vai cada um à sua vida. Retomo o trabalho. Acabo. E durmo. Sem contar, agora estava mesmo muito happy!

3 comentários:

  1. Já liguei pra lá e dei a descasca mais simpática da semana... está com sorte a moça que eu não estou com energia pra sermões hoje... da próxima vez ligas-me que eu ligo pra lá... depois das 21h00 eu não pago chamadas para números fixos, por isso, já sabes...

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  2. É ageniar ou asnear, tipo, não ter muito jeito para escolher as meias??

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  3. Ageniar = fazer as coisas com génio :)

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