quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

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Acordar cedo, começar a trabalhar. Fazer uma pausa para umas torradinhas. Banho quente. Despertar de sentidos. Sofá, livros, computador, trabalho. Nem é sono. Já não. E a obra... permanece incompleta (só para quem percebe). Tão incompleta que esta noite se repete o não-ir. O que está, está visto. Então é permanecer. Abri a janela, só para não passar o dia sem sentir o vento na cara. E voltei ao sofá, aos livros, ao computador e ao trabalho. Podia ser diferente. Devia ser diferente. Há um desejo meio esquecido que o sacrifício valha a pena, que não me dê o sono cedo, que não apague mais linhas do que as que escrevo. Pode bem acontecer que assim suceda. Que amanhã nem ande com uma telha descomunal por não ter feito, só ter deixado de fazer, não ter visto, só ter deixado de ver, não ter sido, só ter deixado de ser. Mas acho pouco provável. Saber que o princípio da boa-fé processual me levou as vontades para outras coisas não ajuda. Vamos ver. Como dizia a minha médica, ontem: no meio disto tudo, um dia arranjo tempo para outras coisas. Vim a pensar nisso. E se o tempo já não existe. Se não valia muito mais a pena gozar o tempo de outra maneira para aproveitar este tempo com outra serenidade. É uma decisão. E, pode não parecer, é uma decisão difícil. Ou então, sou eu que estou com medo de a tomar sozinha...

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