sexta-feira, 30 de abril de 2010

Calendário


Não devemos antecipar os dias. Decidi virar a página do meu calendário. Afinal, já é de noite e amanhã já é Maio. Virei-a e a frase deste mês é "Por maior que seja o desespero, nenhuma ausência é mais funda do que tua.", da Sophia. A ilustração, ainda por cima, é linda... em tons de rosa.

Fiquei a olhar para ele. Olhei, olhei, olhei, olhei, olhei... até que me veio à ideia que se continuar a ter muita pena, sempre muita pena, corro o risco de um dia acordar a cacarejar. E não gostava que isso me acontecesse. Não gostava.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Da idade

Sabes que estás a ficar um bocado velhota quando uma amiga te diz que o irmão vai cartolado e depois se põem as duas a falar de quando ele tinha dúvidas sobre a actividade sexual e elas discutiam a melhor maneira de lhe explicar tudo com um ar muito científico...

I.

Quando, no ido mês de Outubro do ano da graça de 1999, vim para Coimbra, fui viver para uma casa mista, com 22 pessoas. De todos os cursos, de todos os anos, alguns namorados, alguns ódios de estimação, sonsas, rebeldes, desarrumados, fanáticos por limpezas, organizados, estudiosos, baldas... o regabofe. E fui tão feliz no 37 que a distância dos anos me faz ter sempre muitas saudades dos serões de cinema improvisado no quarto da I., das festas, dos projectos, dos sonhos, das noitadas na conversa, de muitas confidências, do bolo de iogurte para a minha despedida... do caloiro de medicina... Hoje a I. veio jantar comigo. E soube tão bem que nem dá para medir...

Acontece

Eu seguia um blog e até gostava... até ao dia em que a autora decidiu escrever "Porquê que insistem?".

Verdades e assim assim

Alguma coisa falhou no meu ar sério quando um aluno me manda um link para ter um bilhete geral da Queima...

Obrigada

São Pedro! Embora não suporte chuva, gosto ainda menos do calor dos últimos dias. O meu tempo é assim meio fresco, a pedir pelo menos um casaquinho por cima da manga curta. Obrigada, sim?!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

É o fim do Mundo em cuecas

Bolsa afunda quase 6%

O triste, o que dá dó, é, a somar à incompetência e à falta de previsão dos últimos anos, a acomodação perante os juízos especulativos que toda a gente se acha no direito de fazer perante o país. Além disso, o que incomoda é a constatação de que avançámos ao ponto de já não se tolerar o comércio esclavagista com África, as especiarias do oriente se venderem no Lidl e o café do Brasil ser um hábito social trocado pelas tisanas e águas várias, que não aumentam a tensão. Já não há, senhores, terra para andar. Resta-nos proteger a que temos. O melhor que pudermos. De preferência, com gente que saiba o que faz, que não se encoste a poleiros e promova essa coisa um bocado etérea a que os românticos chamam interesse comum.

Wishlist

Hoje acordei com vontade de voltar a Paris!

P.S. Às vezes até me espanto com estes desejos tão refinados...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mafalda, sempre!

Podia

transformar o blog num espaço de discussão do meu trabalho... mas respeito-o (ao trabalho) muito para fazer uma coisa dessas. Não é que não respeite cada pequena futilidade que compõe os meus dias, mas assumi que isto é uma continuação dos diários que o meu primo Pedro me oferecia e em que descarregava a vida toda entre os 10 e os 15/16 anos. Depois parei, porque os apetites mudam. Mas quando aterrei em Itália e me vi prestes a viver sozinha, num país diferente, com uma língua diferente, com amigos diferentes, sem a família ao alcance do toque, no n.º 11 da Via Maffi, saí para fazer compras: comprei detergentes (já devem ter reparado que tenho a mania das limpezas), leite, nesquik e um diário. Depois parei, porque os apetites mudam. Até que entrei no mundo dos blogs e por cá fui ficando... Não há no Por aqui passei eu qualquer pretensão. É uma janela... aberta quando começou a parecer-me que se fechava uma porta importante. E é assim que vai continuar. Cheio de mim... Se me apetecer escrever sério, escrevo*, se não me apetecer escrever sério, não escrevo, se não apetecer escrever, não escrevo de todo. Por agora. Porque os apetites mudam.

*O post anterior é muito a sério.

Às vezes, eu acho que algumas pessoas

- falam só para não estarem caladas;
- não percebem que a família é um laço que vem muito do coração e pouco da razão;
- esquecem-se que todos nós passamos a vida a assumir papéis diferentes;
- ignoram que a felicidade está em ser filho, muito mais que em chamar pai ou mãe;
- fecham os olhos perante a realidade que está aí... à vista de toda a gente;
- pensam nos direitos dos outros sob o prisma dos seus direitos, como se cada um de nós não fosse um ser único na vivência de qualquer interesse;
- se irritam com o que nem sequer dominam;
- entram em pânico perante a possibilidade da felicidade alheia se fazer de uma maneira diferente da sua;
- medem, a régua e esquadro, os projectos de vida;
- resguardam-se o direito de opinar sobre tudo, mesmo que (eu acredito) tenham consciência da falta de oportunidade de um comentário;
- ainda não atingiram o que é a adopção;
- ainda não perceberam que a discussão não é adopção versus institucionalização, porque continuará sempre a haver crianças que não serão adoptadas, porque ninguém questiona que devemos todos continuar a trabalhar na procura por mais alternativas e, ainda assim, quer-me cá parecer, a institucionalização há-de mudar, mas não vai acabar, mesmo como resposta objectivamente definitiva;
- não devem ter visto a reportagem e ainda não perceberam que há outras maneiras de os casais de pessoas do mesmo sexo terem filhos, tal como qualquer outro casal e que, por isso, ninguém está aqui a defender o direito deles a terem filhos, mas o direito do João, da Ana, da Bia, do António, do Diogo e de outros a serem filhos;
- pensam que a nova lei equivale à descoberta da roda... quando, afinal, ela só atribui efeitos jurídicos ao que o Mundo sempre conheceu. A lei anda sempre atrás. Engana-se quem julga que inventa alguma coisa legislando. É a vida que nos dá matéria prima...
- deviam preocupar-se em ser felizes e mais nada... que isso já é tarefa para lhes dominar que chegue o espírito...
- podiam ter a humildade de reconhecer que não são as melhores do Mundo e arredores e que há sempre mais uma lição para levar para casa;
- que eu conheço ainda não atingiram todas o grau de maturidade que lhes permita dizer quem são... talvez porque, sabemo-lo bem, ninguém é... toda a gente vai sendo.

É obrigatório

assistir à reportagem de hoje da SIC, depois do Jornal da Noite, "A multiplicação dos pais". Vão lá ver... É sobre filhos de casais de pessoas do mesmo sexo e tenho esperança que ajude a perceber algumas coisas!

É triste

Fui comprar uns presentes de aniversário e a prenda para a Mãe. Entre outras, entrei numa loja que tem uns produtos do mais cheiroso e cremoso que circula por aí. De cada vez que lá entro há uma novidade, sempre tão boa como tudo o que por lá existe. A escolha estava difícil e a menina decidiu espalhar-me bocadinhos de hidratante com diferentes fragâncias aqui na mão. Umas três espalhadelas. Muito bem... Optei pelo de framboesa, que cheira tão bem que deve apetecer dar beijinhos na pele da feliz contemplada. Ela tem marido, logo... acho que para além de lhe dar um presente, faço uma boa acção! Acontece, meus amores, que ainda eu andava no Centro Comercial, mal tinha saído da loja, e já parecia que tinha emprestado a minha mão para experiências de tiro de canhão. Só borbulhinhas... A loucura... A sério... eu acho que deve ser tão bom uma pessoa lambuzar-se toda com cremes que não cheirem só a creme... Ai que bom que deve ser... Oh triste sina... alérgica!

Skin renew*

uma excelente forma de começar o seu dia...**

* Fiz hoje a segunda sessão... e foi outra vez muito bom!
**Ou: eu acho tanto que fui feita para ter boa vida...

Verdades e assim assim

Sinto-me uma excluída da sociedade moderna. Mas um dia ainda adiro ao facebook.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Do que mete medo ao susto - XII

Parece que ele entrou no avião para...

viajar de pé...

Vitrificação

Eu reconheço, senhores da vitrificação, que o chão das áreas comuns cá do prédio está tão brilhante que uma pessoa pode espremer pontos negros a olhar para ele, mas... era escusado fazerem isto à casa das pessoas!

Portanto... eu fui de viagem. Logo na segunda feira da semana passada, começara a vitrificação. Eu, que sou uma rapariga que só dá uns toques no crime e consegue não ficar calada se o assunto for criancinhas, não sei nadinha de vitrificação. Assim sendo, achei que iam substituir uns vidros quaisquer cá do prédio. Mas não... Começou a haver chinfrineira das oito da manhã às seis da tarde e foi aí que sair daqui para fora uns dias me pareceu ainda mais apropriado. Acontece, pessoas, que eu fui. E até me diverti, tal como já puderam ver... mas hoje paguei a aventura bem cara! A minha casa tinha mais pó que os anúncios do Pronto. No chão, a poeira tinha uma tal espessura que eu podia ter-me dedicado a fazer desenhos com as mãos... Mais coisa, menos coisa, foi desde as nove da matina até depois das cinco da tarde, com intervalo para engolir um iogurte. Aspirei, passei esfregona só com água, com o líquido das madeiras, com swiffer húmido e seco... Depois lavei tudo quanto era pecinha que andava por aí, o que perfez a bela soma de três máquinas de roupa para amanhã passar a ferro. Nos entretantos, e porque de vez em quando baixa em mim a Filipinha Vacondeus, cozinhei a ponto de ter ocupado seis tupperware com doses individuais variadas. Não foi uma má experiência, que não foi. Quem me conhece sabe que quando me dá para não ter ideiazinha nenhuma, me posso por a limpar vidros ou a arrumar camisolas por cores. Mas... senhores da vitrificação... isso é quando sou eu que quero, dá-me para aí, estão a ver?! Porque, de contrário, prefiro que não me alterem os planos desta maneira. Eu tenho uma mini casa. Em três horas faço a limpeza semanal, lavo a roupa pendente e acomodo os ingredientes sobrantes... Mas hoje não foram três horas... nem seis... e eu agradeço que vão polir pedra para outro prédio, tá?!

Retratos dos dias bem bons





domingo, 25 de abril de 2010

Verdades e assim assim

O doce de figo que trouxe da Achada do Nordeste é o melhor doce de figo que já provei na vida!

Ser livre

sexta-feira, 23 de abril de 2010

News

Já comi uma queijada. Amanhã vou almoçar às Furnas. Já dei uma bela volta à beira-mar. Amanhã vou acordar cedo e percorrer todo o paredão que começa aqui à frente da minha janela. Estou a ser tão bem tratada, tão bem tratada, que isto foi trabalho mas... com muito prazer à mistura. E pronto. Era isto.

P.S. Só mais uma coisinha: o agente da autoridade é... bem... pronto... de uma pessoa ficar sem fôlego! Levava-me ao altar... e com sorte ainda me fazia vir viver para os Açores!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Impossível

"O impossível
é a medida do homem e da sua vocação."

Do grande Virgílio Ferreira, citado hoje pelo Conselheiro A.L.
(em boa hora, acrescente-se!)

Eu dava tudo

para saber o que ele ficou a pensar...
Digamos que a minha apresentação não correu absolutamente mal, muito embora não possa esquecer-me que aquilo pretendia ser um workshop e eu me entusiasmei um bocado e falei, falei, falei... Eles eram muitos. Imaginei que falaria para 15, depois afinal já eram 25... e hoje apareceram uns 50. Foram saindo... que a hora adiantou-se, deixaram recado de ter gostado e tudo, mas fico sempre com uma sensação meio estranha que podia ter sido diferente, para muito melhor. E que os últimos 20 podem ter resistido mais por simpatia. Afinal, confessei-lhes logo de início que era uma estreia. Mas o que eu dava tudo para saber, mesmo, é o que ficou a pensar um dos homens maiores na discussão deste tema de que falei... Assisti à sua conferência de manhã, almoçámos juntos e disse-me que gostaria muito de me ouvir e que faria tudo por conseguir. Eu concedi na gentileza de um verdadeiro cavalheiro e não liguei. Mas depois sentou-se na minha sala, esteve tão atento como se aquilo fosse importante e felicitou-me. E eu fiquei outra vez a pensar que é um cavalheiro. Mas agora dava tudo para saber se é só isso ou se achou mesmo que ouvir-me tinha valido a pena.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Franca(mente)

Correu muito bem a minha viagem. Nem tive muito medo, nem nada. Pedi uma mantinha e uma almofada e quase passei pelas brasas... O nosso Hotel tem a coisa mais melhor boa de nos estender as varandas dos quartos pela praia. Tão bonito, tão bonito, que pedi um chá quentinho e fui bebê-lo ali ao relento. Depois pintei as unhas, que sou uma pessoa que fala muito com as mãos. E agora vou acabar a apresentação de amanhã. Vejam bem as prioridades: primeiro pinto as unhas, depois acabo a apresentação! Sou gaja... e está tudo dito! Huuummm... até amanhã, pessoas!
Daqui: icanread

terça-feira, 20 de abril de 2010

Mas a D. trabalha lá?!

Câmara de Coimbra corta acesso ao Facebook

Câmara de Coimbra cortou o acesso dos computadores da autarquia ao Facebook, justificando que aqueles são para trabalhar. A decisão do presidente surgiu depois de uma funcionária ter sido apanhada a jogar FarmVille.

Tótós*

G.: Então?
Me: Nada de emocionante. Não vais ser tio, portanto...
G.: És uma zé macaca**.

*Só quem for muito tótó é que não percebe que somos mesmo amigos.
** Zé macaca é um mimo, um termo carinhoso.

Ai...

A malta blogueira multiplica-se em declarações de "avião, por agora, não e não"; eu tenho viagem amanhã; a nuvem anda a rondar os Açores...
Será que aceitam ouvir-me em videoconferência?!

Hoje


Foi, muito provavelmente, o meu último dia de trabalho na faculdade. Não há mais épocas até ao fim do meu contrato e acabámos de manhã as orais pendentes. A C. diz que foi o último dia de trabalho com este contrato, mas que outros virão. A outra C. pede que me anime. Eu só sei que hoje, muito provavelmente, foi o meu último dia de trabalho na faculdade. E que foi um dia cheio de ironias.

Imagem do icanread, como sempre!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Dúvida

A casa (que linda) podia ser no rés do chão, com direito a jardim em toda a volta, ou no último andar, com varanda em toda a volta. Eu preferi a do último andar. A senhora disse que até agora fui a única, porque toda a gente delira com o jardim no centro da cidade de Coimbra. A seguir perguntou-me se tinha filhos. Eu respondi que não. E recuperei a frase para um ainda não. Então a senhora falou-me das vantagens de um jardim quando se têm pequenos em casa. E eu ouvi com muita atenção. Depois, calmamente, expliquei que gosto muito de jardins, que ela não deve ter lá recebido ninguém que gostasse mais de jardins que eu, mas que entre estar no jardim, a saber que os vizinhos podem controlar-me, e estar no último andar, numa varanda com vasos de tantíssimas plantas, ela que me desculpasse, mas eu era seduzida pela última hipótese. Mas a verdade verdadeira é que ainda me inquieta a questão das migalhas, que não lhe expus, mas vos relato agora. Há lá alguém que acredite que os vizinhos de cima, vendo cá em baixo uma relva tão verdinha, se inibam de a alimentar com as migalhinhas da toalha das refeições?! A sério... Venham dizer-me que sacodem a toalha sempre no lava-loiça, ou para o balde do lixo, que a aspiram, que a vossa família não faz migalhas... Não acredito... E não ia gostar de ter de catar migalhas nas cabeças dos meus mais que tudos...

Casas

Hoje vi um T4 que custa 491.000 euros!!! Digam-me que eu não sou a única pessoa a achar que os construtores tomam daqueles pós que fazem rir!

domingo, 18 de abril de 2010

Verdades e assim assim

Não tenho grande habilidade para os dates. Ou me dão para ter sono, ou me dão para rir como se aquilo fosse anedota.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mas eu não tive culpa!


Deixei a luz a um lado e numa beira
da cama em desalinho me sentei,
sombrio, mudo, os olhos imóveis
cravados na parede.
Que tempo estive assim? Não sei; ao deixar-me
a horrível embriaguez da dor
já expirava a luz, e na varanda
ria o sol.


Não sei tão-pouco em tão terríveis horas

em que pensava ou que passou por mim;

recordo só que chorei e blasfemei

e que naquela noite envelheci.


Gustavo Adolfo Bécquer

Às vezes respondo mal às pessoas... mas é porque elas merecem!

Pessoa: Pois... ouvi dizer* que andam.
Eu: Sim... felizmente ambos temos perninhas com saúde**!

*Eu DETESTO que ouçam dizer o que quer que seja da minha vida. Se for para saber, eu digo. Se eu não digo, das duas uma: ou não é verdade, ou não é para saber!
** Amanhã vou fazer os exames de preparação para a cirurgia, mas penso que posso continuar a considerar-me uma rapariga com duas perninhas bem jeitosas para andar!

Arco íris


Está a chover e a fazer sol, mas não me aparece à janela o arco-íris...

Foto: Faial, 24 de Março de 2010.

Quando nós já os conhecemos pelos tiques*

G.: Vou ter como colega de painel a tua tia preferida...
Eu: Ohhh... manda-lhe um beijinho meu!

*Ou "e do que eu mais gosto neste trabalho é de conhecer pessoas que valem muito a pena"...

Done

Empancada no tópico "Listas nacionais", piscou aqui a janela das mensagens. Parece que já tenho bilhete para a ilha...
Do icanread, where else...

Wishlist



É da chloé...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ora, pois é...

Indecisa

Eu nem sei se gosto mais desta versão, com a acusação de mau comportamento da miúda, ou desta, com aquele par a compor o cenário!
Ai que indecisão...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Poema: "A guerra" (de nervos, acrescento eu)

E tropeçavam todos nalgum vulto,
quantos iam, febris, para morrer:
era o passado, o seu passado — um vulto
de esfinge ou de mulher.

Caíam como heróis os que não o eram,
pesados de infortúnio e solidão.
(Arma secreta em cada coração:
a tortura de tudo o que perderam.)

Inimigos não tinham a não ser
aquela nostalgia que era deles.
Mas lutavam!, sonâmbulos, imbeles,
só na esp'rança de ver, de ver e ter
de novo aquele vulto
— imponderável e oculto —
de esfinge, ou de mulher.

David Mourão-Ferreira, in "Tempestade de Verão".
Imagem do sítio do costume.

O que eu gosto

que me liguem às 20h para me pedirem as conclusões de um estudo que durou um ano... até às 21h30m!!!

Será?!

Sou só eu que me emociono de cada vez que olho para o placard que puseram nos Arcos?!

Tristezas não pagam dívidas*

(Só clicando... e ouvindo)
*Ou: só isto para me fazer rir!!!

domingo, 11 de abril de 2010

Apaguei-te!


E agora só me apetece olhar para a frente!

Um dia de domingo

assim como este...

sábado, 10 de abril de 2010

Não tenho culpa...




Devia haver uma lei que me proibisse de gozar as pausas em pesquisas pela net. Qualquer coisa parecido com:

Art. 1 - Objecto
A presente lei proíbe o acesso a sites que, pelos seus nefastos efeitos, podem desgraçar as pessoas.

Art. 2 - Definições
Entendem-se por nefastos todos os efeitos que causem taquicardia, suores frios e uma incontrolável vontade de consumir.

Art. 3 - Sites absolutamente proibidos
É absolutamente proibido aceder aos sites cujos nefastos efeitos sejam ainda acompanhados de um enfraquecimente repentino do raciocínio, designadamente:
- Pedra Dura
- Ras
- Net a porter
- Swarovski
- Moschino

Art. 4 - Sites relativamente proibidos
É relativamente proibido aceder a todos os sites que, não podendo considerar-se absolutamente proibidos, permitam, segundo o entendimento do homem médio, antever um futuro de suspiros.

Art. 5 - Coima
A violação das disposições da presente lei determina o pagamento de uma coima entre 10 € e muitos milhões de €.

Art. 6 - Sanções acessórias
O infractor pode ainda, nos casos de reincidência ou em que especiais circunstâncias o determinem, ser condenado a dois dias a pão e água.

Art. 7 - Entrada em vigor
Esta lei entra em vigor no dia imediatamente a seguir à sua publicação.

Verdades e assim assim

Importa que não haja ilusões sobre este ponto: é
que todos podemos morrer de sede em pleno mar.

João Miguel Fernandes Jorge

Gosto tanto deste lugar...









Today

O xarope já está a fazer algum efeito, mas ainda falo com uma voz de mimo e tenho algumas dores de corpo. Hoje precisava de um jantar calminho. Foi cá em casa, só com a C. E por que é que foi cá em casa e por que é que foi só com a C.?! Porque, se não, não teria sido tão calminho, eu não teria podido estar de fato de treino e andar de meias por toda a casa, evitaria deixar a louça para lavar só amanhã, não teria forçado ninguém a ver fotos durante mais de duas horas e não haveria coragem para voltar aos bons velhos temas dos dilemas existenciais. Se podia ter sido diferente? Podia. Mas, hoje, o melhor era ser mesmo assim.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Há coisas piores, pronto...
Estou a escrever a 1000 à hora, penitenciando-me antecipadamente pelos 90 minutos em que não vou desgrudar da corrida da bola.
Ai, pá, descansam amanhã, andem lá...

TV

Pequena R. do vosso coração tossiu toda a santa noite, qual sinfonia capaz de levar um vizinho ao suicídio. Por volta das oito horas, pequena R. já não se segurava deitadinha e decidiu que o melhor era um banho assim tão quente que lhe chegasse aos pulmões e os calasse pelo menos dez minutos. Pôs a água a correr e comeu metade de uma papaia. Ficou de molho um tantão de tempo, até parecer uma pele vermelha, e pareceu-lhe que tanta inalação de vapores lhe haviam de ter lavado até a alma. Estava ainda pequena R. embrulhada numa toalha quando lhe ligam para dizer que, vejam lá vocês bem, devia estar daí a pouco mais de uma hora nuns ditos estúdios de TV. Os exames psicotécnicos que pequena R. fez à entrada do liceu bem lhe disseram que se dava a relações promíscuas com as câmaras, mas pequena R. logo nessa altura fez pouco caso da façanha e investiu em coisas de um tudo-nada mais de seca. Pois bem, cada um tem um destino e o de pequena R. correu muito até chegar a hoje. Pequena R. está quase sem voz, dizem-lhe que é para falar, mas depois tinha de ser e tinha de ser ou o programa ficava cocho de uma perna e... pequena R., coração de manteiga mais conhecido de todo o reino, lá disse que sim. Dizem que pequena R. tem de pôr um rouge na face, mas as suas grandes preocupações incidiram em limpar convenientemente o nariz. Lá arrumou pequena R. os jeans e a camisola que já tinha tirado do armário, mais as sapatilhas do corcodilo, e lá teve pequena R. de procurar a indumentária mais senhora e menos amarrotada que por cá andava. Pequena R. saiu e chegou aos estúdios a tempo, estacionou no seu parque privado depois de quase deixar cair duas lágrimas para o segurança, porque estava a ver que tinha de ir estacionar a casa e fazer tudo a pé. Pequena R. preferiu a orelha esquerda para o auricular, porque não desconsidera o médico da medicina do trabalho, que já lhe disse que ouve pior da direita. Depois puseram-lhe um microfone, que volta meia volta captou os espirros e tossidelas mais inevitáveis. E então pequena R. entrou no ar. E teve logo de corrigir o querido apresentador, que se baralhou, coitadito, no nome de pequena R., e depois prosseguiu, olhando alternadamente para a câmara e para o monitor, o que parece ter dado o efeito de pequena R. se ter picado na veia pouco antes de entrar em estúdio. A meio, o auricular calou-se e pequena R. teve de gritar que não ouvia nada. O que vale é que não lhe focaram a câmara na dita hora e pequena R. não teve de arcar com mais essa vergonha. Depois, pequena R. falou mais um bocadinho, tendo, contudo, ficado com uma fila de afirmações entaladas na garganta, mas não houve tempo para mais. Pequena R. não é famosa, que não é. O máximo que tinha feito tinham sido textos para o Jornal da terra. Agora, pequena R. apareceu na TV e parece que os senhores até gostaram muito. Já ligaram a pequena R. e já lhe agradeceram tanto. Pequena R., pelo seu lado, pensa que não foi bem feita para programas em directo e, salvo melhor opinião, é mesmo melhor a trabalhar sem câmaras à volta. Pequena R. já teve esta aventura e já voltou para casa e agora vai trabalhar porque disse para todo o Portugal que entregava uns ditos relatórios e uns anunciados projectos até ao final deste mês!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A realidade e a ficção

Numa pausa para descansar os dedos, enquanto imprimo uma lista de acórdãos sobre uma matéria de que gosto tanto como de óleo de fígado de bacalhau, pus água a aquecer, subi a uma cadeira para ver a parte de cima da despensa e dei graças a Deus por se ter lembrado de me oferecer um frasco de mel. Estou com uma voz que pode até ser sexy, que é, mas que vem, em pacote promocional, acompanhada de muita tosse, muito pingo ao nariz e alguma febre. O mais irritante, ainda assim, é mesmo a tosse. Sabem aquela tosse que já faz doer o peito?! Que, enquanto tossem, parece que o coração vos vai saltar boca fora?! É assim, esta minha tosse... Não tinha folhinhas de chá para o fazer coar, que não estou em casa da mamã, mas senti-me feliz por ainda me restar alguma sanidade mental na última viagem ao supermercado. Afinal, não investi só em rooibos, brancos, frutados, com pétalas, canela e pimentas. Trouxe uma embalagem de cidreira, qual amiga das horas más. E então tirei uma chávena do armário, pus lá dentro a minha cidreira e depois duas, sim, duas, colheres de chá de mel. E mexi muito tempo, enquanto arrastei o pijama que não tirei o dia todo, sentada a trabalhar desde as oito e qualquer coisa aqui na sala. E depois sentei-me no sofá, entre mantas e almofadas e livros e fotocópias e canetas, afastei o computador e fez-se silêncio. A impressora tinha acabado a sua tarefa. Só a colher a bater na chávena ia interrompendo o meu silêncio. E pensei no há pedacito. E pensei que é mesmo assim, não tem jeito nem maneira. Antes de voltar ao trabalho, acendi a televisão. Carreguei no 3 do comando. E ouvi esta conversa, que é ficção mas podia bem ser realidade.

Uma: Vocês têm de resolver isso?
Outra: Como? Ele é um homem profundamente traumatizado e enquanto não se tratar não vai haver lugar para mim. Eu nem sei se algum dia vai haver.

E vi-as seguir para tomar um chá e apercebi-me que se mudou de cena. E desliguei. Porque me assusto quando a ficção se cola assim à realidade.

Já bebi o chá todo. Tenho sabor de mel dos lábios até dentro do peito, mais ou menos até onde me doía quando a tosse vinha e parecia que o coração se soltava.

Agora vou trabalhar. Porque alguém tem de o fazer nesta família da ficção.

Ai a moschino...


Ora, fazconta que eu era rica, fazconta... fazconta que eu era rica e já tinha roupa para o evento de Maio...

Aviso à navegação

Não sei que raios partissimi se passa, mas escrevemos comentários e esta coisa não os publica, embora me notifique e os aceite!!! Pessoas, comentem... Nem que seja só para eu ler...

Sabem

aquela música do ió la ré ii, que o José Figueiras cantava num programa que se chamava Muita lôco?! Sabem?! O meu vizinho está a ouvi-la em repeat e com o som no máximo!!!

Verdades e assim assim

Se ser ranhosa valesse dinheiro, eu hoje ficava rica.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Só que...

Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece

Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem: Icanread

Onde tudo nos mente e nos separa

Pérolas

Mãe, ontem à noite: Fica aqui a ver a novela. Agora vais estar 11 dias sem vir cá a casa.

Afilhada, kika minuin, hoje de manhã: Olha, eu já pedi à minha mãe para te ir ver 10 vezes quando tu tiveres uma ferida, está bem?!

Pai e mano, em alta voz, há 5 minutos (ligam)
Eu: Sim?!
Mano: Olá!
Eu: Então?!
Pai: Só queremos ouvir-te.

Eles batem bem?!

O folar

Ela já me tinha oferecido os sapatos, mas como é muito querida, pois é, no sábado deu-me mais um vestidinho!!!

Pequena R.

não sumiu, que não, mas aterrou na quarta à tarde em casa dos papás e fez pouco mais do que muito pouco durante estes dias.

Pequena R. até levou trabalho para fazer e fez-se acompanhar do seu fiel companheiro computador, mas logo na quarta feira lhe pareceu que era melhor aproveitar para descansar um pedacito. Pois bem... depois de mais uma consulta, desta vez com um ortopedista, pequena R. ficou a saber que a sua queda de Junho ainda rende e vai ter de ser operada. Sem nunca se ter acostumado a uma dor moída que a acompanha ao andar desde a dita queda, sabe-se agora que não há mesmo volta a dar. Era muito sangue à balda dentro daquela perna. Eu avisei o Dr. que aquilo me doía como se o meu osso se tivesse transformado em migalhinhas pequeninas e a verdade é que não há organismo capaz de reabsover tamanha façanha. Assim sendo, o que neste momento me faz tremer só de pensar que tenho de fazer a depilação na perna esquerda, do joelho para baixo, é uma tumoração decorrente da hemorragia não reabsorvida há quase um ano. Foram muitos meses a massagens, a pomadas e a outras coisinhas que não meteram faca. Agora, porque, segundo percebi, o meu osso está a sofrer, e não é pouco, então temos mesmo de partir para a cirurgia. Pequena R. ainda não sabe quando vai ser operada, mas vai pedir muito para ser só em Junho, porque não está com vida que se possa levar deitada até lá. Como se já não bastasse esta notícia, fiquei a saber que a cicatriz terá de ser horizontal e terá pelo menos 3 cm e, pior, que vou ser operada nos HUC!!! Fica a explicação para me ter sentado a ver novelas, me ter dedicado a arrumar gavetas e a limpar recantos da casa, ter passeado e lido e dormido e ido às compras, tudo com a mamã. Não me apetece voltar a cair de cansaço, exaustão e outras pérolas que me diagnosticaram na altura.