domingo, 27 de fevereiro de 2011

Poema breve

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

Fernando Pessoa

Wishlist

Love it

Fica em acta


Este blog não é o meu diário íntimo. É o meu diário. Mas é público. E eu aprendi que há coisas que ninguém precisa saber. Não vale a pena. Não acrescentam felicidade. E vão passar. Até porque tive uma infância feliz.

Crónica de uma dona de casa

Na varanda já moram duas floreiras suspensas, ansiosas pelo sortido cromático de petúnias que a mum prometeu. No peitoril da janela da cozinha, dei início à plantação de aromáticas. Hoje, coentros. Enquanto dou um avanço no artigo de urbanismo, ando descalça, para que seque o chanel black pearl que tenho nas unhas dos pés, e vou espreitando a sopa para a semana a que só falta passar a base e acrescentar os agriões. Em cima da mesa, uma taça de morangos. Na jarra da sala, duas túlipas.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Não esquecer


As pessoas suportam mais contrariedades, apreciam mais genuinamente as coisas boas da vida, relativizam melhor os dramas do quotidiano, propõem-se desafios maiores, acreditam mais intensamente em si e vivem com uma serenidade inultrapassável quando foram crianças felizes. Diziam-me por estes dias "Aconteceu-lhe de tudo o que a Dra. não há-de sequer querer imaginar e ainda me entra sempre no gabinete com a frescura de alma em paz. Foi feliz há muitos anos.". As infâncias, as melhores, são as legítimas mais preciosas. Negá-las devia dar cadeia.

Verdades e assim assim

As vidas

Tenho pena que não tenha dado certo.
Mas nem chegaste a conhecê-lo.
Sim... mas vi que andavas feliz e pregavas-me secas de meia noite quando se penduravam ao telefone.
É a vida...

Gostar não chega!

Nestas reuniões repito vezes sem conta "gostar não chega". Não sou só eu. Repetimos todos. Esforçamo-nos por não esquecer que, de facto, gostar não chega. O afecto desacompanhado da acção não passa de uma carta de intenções. E todos sabemos que as intenções são aquilo que enche o inferno. Gostar não chega. Não chega para se merecerem os filhos. E gostar também não chega para se merecer um amor para a vida. Gostar... gostar não chega.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A partir de hoje

o meu irmão não é apenas vacinado... Ele também é maior.

Lembro-me de ir ver a Académica com o meu pai antes da visita. E de lhe ter comprado um garfield para oferecer. E um cartão com uma cegonha. A minha mãe guarda até hoje esse cartão. Lembro-me que era muito mais branquinho que os outros bebés do quarto. Tinha o cabelo quase branco de tão loiro que era. Lembro-me que chorava toda a noite. E dizia, num agudo ensurdecedor, mãããiiiiiiiiinnnnnn para chamar a minha mãe. Sei que os calos que mantém nos polegares são marcas de quem chuchou no dedo até aos cinco anos para dormir. Lembro-me de quando gravou o número da namorada numa calculadora. Tinha quatro anos e não escrevia depressa. Mas copiou de um dia que apareceu no nosso telefone. E que depois andou uma semana a falar com ela ao telefone e nós achávamos que ele estava a falar ao telefone só de brincadeira. Mas depois a mãe dela avisou que não. Que ele era um relógio, antes de jantar. Lembro-me de quando disse à educadora, de mini saia, "olha a velhota idosa da perna jeitosa". Lembro-me de quando ardia em febre. De quando fez chichi nas barbas do nosso pediatra. Lembro-me de quando só se calava a andar de burro e só comia faneca frita. Lembro-me de quando, às minhas queixas com latim, respondeu, pegando-me na mão, que difícil, mesmo difícil, é picotar cornos de borboletas sem os partir. Lembro-me de quando perguntou ao meu pai se não chorava porque eu não tinha lareira na minha casa de Coimbra e podia ter frio. Lembro-me que ficou doente uma semana quando entrei na faculdade. E que riscou um calendário em todos os dias em que estive em Itália. E que, mesmo assim, perguntava sempre ao telefone quantas noites faltavam para eu voltar. E eu respondia dias e ele pedia noites, porque, ainda hoje, do que mais gosta é de se deitar por cima da roupa, na minha cama, a falar da vida. Lembro-me de quando todos nós adormecemos e ele chegou atrasado ao exame da escola e chorou e nos deixou a todos a chorar de tão nervosos. Lembro-me de quando aprendeu a nadar, de quando tirou as braçadeiras pela primeira vez. Lembro-me de quando nos disse que as prostitutas são meninas que não têm pais porque podem chegar muito tarde a casa. Lembro-me de quando queria falar caro e então dizia "Oh mana, pára. Tu samacras-me!". Lembro-me de todas as abóboras que decorámos para a noite das bruxas. Lembro-me de quando dizia a minha mana já anda no liceu, depois vai para a universidade e depois já pode descansar. Lembro-me que quando a minha mãe foi colocada em Arouca e saía quando ainda estávamos a dormir e voltava quase quando já estávamos a dormir, ele se colava a ela feito lapa aos fins de semana. Lembro-me de brincar com ele na areia, de o levar ao circo, das manhãs de cinema infantil no Fórum de Aveiro. Lembro-me que fez um griteiro porque não arrancou a espada mágica na Eurodisney. Lembro-me que desde a primeira classe que é incapaz de fazer uma visita de estudo sem trazer alguma coisa para nós. Nem que seja um lápis. Lembro-me que pediu durante anos, de presente de Natal, um robô Emílio e que nós corremos tudo à procura do dito e ainda hoje acreditamos que ele sonhou com o brinquedo porque só ele é que o conhece. Lembro-me que tinha medo do escuro, que fugia de galinhas. Lembro-me que até há bem pouco tempo adorava pescar com o meu pai. Agora o hobbie é o paintball. Lembro-me que caiu do cavalo na segunda aula e que, logo a seguir, montou novamente. Lembro-me dos olhos a brilharem quando recebeu a primeira guitarra. E da emoção quando lhe dissemos que sim, podia encomendar a quinta daquela colecção que tem, que é uma eléctrica, PRS, toda xpto, que faz furor. Lembro-me de todas as audições de música, de todas as festas de Natal, de todos os espectáculos de dança. Lembro-me dos trabalhos de história em que me pedia ajuda, de lhe fazer perguntas para os testes, de lhe encadernar os livros e de a minha mãe se passar com aquela letra. Lembro-me de quando começou a ler e queria ler as placas dos nomes das terras e por isso chorava se nós andássemos a mais de 30 de carro. Lembro-me que dizia pláskito, que taus eram sapatos, que lula era madrinha, que fazia colecção de paus porque o Ti V. o ensinou a atar vides. Lembro-me de tanta coisa... Faz dezoito anos... E é meu mano.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Hoje


deu-me o tic tac com uma força que não revelava há meses...

Gosto de


loiças antigas.

*


O meu sítio de eleição para almoçar por estes dias... Aquela varandinha ali em cima... Com uma vista...

Verdades e assim assim

Não via televisão há quatro dias. Neste meio tempo, aconteceu muita coisa. Apesar disso, não foram as notícias da Líbia, os resultados da bola, o anunciado fim do casamento do Carlos Cruz, a azáfama dos óscares ou a ida da Judite de Sousa para a TVI que me fizeram estremecer. Não. O feito foi conseguido pelo anúncio de umas novas bolachas de uma antiga marca. Nunca provei as bolachas e até há alguns meses atrás nunca tinha ouvido o nome das ditas. Mas durante uns tempos a sonoridade da palavrinha também me fez estremecer. Até quando era eu a dizê-la, porque a lia. Ele há coisas...

Lembram-se


deste post?!

São minhas. Por metade do preço.

Dos egos

Ele: Não a conhecia pessoalmente, mas o apelido não é comum e achei que seria demasiada coincidência a xxx que assinou as cartas e a outra não serem a mesma pessoa. Por acaso escreveu isto assim assim?
Eu: Escrevi.
Ele: Bem, é um gosto poder falar consigo. Trago-lhe aqui um artigo em que a cito e queria dizer-lhe que gostei muito do seu livro.
Eu: Ohhh... obrigada...

(Hoje)

Factos

O tailandês deixa a língua a arder.

Verdades e assim assim

Os homens são diferentes das mulheres porque os homens dizem agora viras à direita e depois à esquerda e as mulheres dizem agora viras para ali (apontando) e depois vai devagar que tens de virar outra vez mas eu já te digo para onde.

Só nós

Fomos almoçar ao meu sítio, com o tejo de horizonte. Perdi a cabeça e comi uma fatia de tarde de chocolate que não era uma bomba calórica, era uma BOMBA calórica. Em compensação, fomos jantar a Alcântara e voltámos a pé até ao Terreiro do Paço. Não somos bons da cabeça. Assim à filme, mesmo, noite alta, dois peregrinos, um com um computador às costas e outra despenteada mental agarrada a ele. A falarem de coisas. E a rirem feitos tolos. Até que lhes aparece uma alminha agarrada a uma boneca insuflável. O companheiro faz por ignorar. Pequena R. desata a rir à gargalhada e a comentar o estático que deve pautar a actividade com as moças plastificadas. Não somos bons da cabeça. E pequena R., comprova-se, diverte-se a brincar com o fogo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

*

Cinema, a saga peregrina

O filme é muito bom. Ponto. Chorei na parte em que a mulher lhe pegou no braço em sinal de "estou aqui, sempre", naquela em que ele diz que não é Rei e no discurso final. Pelo meio, bem, pelo meio não chorei porque, basicamente, ri tanto que ainda me dói a barriga. Tu, pessoa mal amada que foste hoje ao cinema e ficaste ao lado do G., fica sabendo que és... uma grandessíssima chata. Eu sei que tiraste a noite para te amarfanhares ao mais que tudo. Mas ninguém tem culpa que ele volta meia volta se sentisse desconfortável e se chegasse à frente na cadeira, pareceu-me, não me atires já com nomes, mas pareceu-me, que, podendo, saltava para a fila da frente. Discutam isso em casa. Cede também. Lambes a cara do moço em casa e ficas-te pelas mãozinhas dadas, pode ser?! Não?! Azar. Só estava a tentar ajudar. Já me calei. Ou não. Porque essa coisa deve ter-te afectado. Ainda aquilo ia na parte das letras a anunciar os coming soon já tu estavas a mandar vir com shiiiuuus que se ouviam em todo o Oriente. Demos de barato. E porquê? Perguntas tu e respondo eu que não te quero ver em ânsias e até estou razoavelmente disposta à boa acção. Digamos que cada uma das alminhas que tu ali vias não punha o real traseiro numa sala de cinema há bem mais de meio ano. Coisas. Vidas. E tu com isso? Nada. Mas pronto, ficas com o contexto, que uma pessoa, já dizia o outro, também é as suas circunstâncias. Continuando. Ir ao cinema, para nós, equivale assim a meia dose de férias. Pega-se na cabeça, no tronco e nos membros e abala-se para o social. Faz bem. Nós sabemos. Mas não pode ser sempre. Pelo menos para mim, que me habituava muito rápido à boa vida e gosto pouco de fazer promessas que sei não poder cumprir. Mas retomemos. Desculpa os desvios. Ir ao cinema é a modos que festa. A malta fica alegre, reinadia. Cinema que é cinema, para quem anda nesta secura, mete pipoca e coca cola com palhinha. São vícios. E antes isto que roubar. Se o filme fosse de guerra, estou certinha, tinhas ouvido e calado, à custa das pistolas que haviam de fazer pum cada vez que trincássemos uma pipoca. Mas não. O rei fazia pausas longas. Viste que era gago, não viste?! Não estava a reinar contigo. O gajo era mesmo assim. Ora, acarretou esta coisa de o homem às vezes falar calado que tu nos ouvisses pescar as mãos cheias de pipocas. Amiga, éramos 3 e somos poupados. Pedimos um balde grande para dividir. Aquela coisa que os pais ensinam em pequeninos, de partilhares e mimimi. Isso. Tu, pelos vistos, irritas-te com pouco. Mas isso é o menos, que temos todos os três horas extraordinárias nas formações de como lidar com gente mal humorada. E parvinha também. Mas hoje não estávamos bem para te aturar. Desculpa lá qualquer coisinha. Por isso é que, pelo facto de não teres dito "o barulho das pipocas está a incomodar-me", assim educadamente, não pudemos evitar rir na tua cara. Não queríamos. Somos todos pessoal que come à mesa com talheres e dá lugar às velhinhas no autocarro, mas... oh pá... tu estavas mesmo a pedi-las. Parámos a súcia. Teve de ser. A menina quer, a menina tem. Connosco é assim. Apesar disso, confesso, a ideia de te atazanar foi ganhando alguns contornos de malvadez no meu espírito, mas quis a minha veia sensata que me concentrasse no filme e, chegados ao intervalo, já nem me lembrasse que tu existias. Foi só por isso, atenta bem, que me saiu, com a sinceridade própria de pequena R., aquele "Porra, e agora já podemos voltar às pipocas?! É que estive aqui meia hora a chupar pipoca por pipoca para não fazer barulho." Sei que a expressão não foi feliz, mas hás-de reconhecer que poucas teriam sido mais expressivas. Em verdade te digo. Foi isso mesmo que eu fiz. E a minha amiga também. Mandaste-nos calar quando tínhamos acabado de abastecer as mãos cheias e estávamos a por a primeira pipoca na boca. Daí ao fim nem as pipocas nos souberam ao mesmo. Mas era preciso amolecer as ditas para não estalarem. Tudo pelo teu bem-estar. Sei que repeti ad nauseam o feito e que o G. se desmanchou a rir, mas devias ter previsto que a falta de treino nas lides sociais pode ter estes efeitos perversos. Como não paravam de rir, as meninas decidiram ausentar-se para o WC. Assim, tanto eu como a companheira fizemos alarido sala abaixo. Mas porque tu deitavas fumo pelo cantinho da boca e isso estava a dar mais piada à cena. Quando saí da casa de banho, incrivelmente, descobri que tinha uma pipoca por dentro das meias calças, ali pertinho do joelho. Sei que a minha amiga divagou bem cinco minutos, à porta, sobre como tinha a dita pipoca ido parar a tal sítio. A explicação é mais simples do que julgas. Devia ter uma pipoca no lenço, que me caiu na casa de banho. Tenho cenas caricatas. Esta é só mais uma. Não foi por ser para ti. Não era a fazer-me de provinciana. Acontece-me mesmo. Não te dês toda essa importância. Quando chegámos ao lugar estávamos dispostas a parar de rir e dar, finalmente, um ar mais sério da nossa já tamanha graça. Mas sabes que ver o G. tentar atirar-nos pipocas e vê-las cair no decote da senhora que estava ao meu lado foi um bocado lindo. E deu para rir. Isto de uma pessoa fazer paródia com a falta de jeito é marca de água de quem não tem jeito para muita coisa mas já percebeu que a vida se leva melhor a rir. Experimenta. Não dói nada. Depois passa cá a contar. Ou não. Enfim. Isto para dizer que tivemos pena que tenhas pegado no teu moço e se tenham mudado para a ala oposta da sala na segunda parte. Podemos parecer adolescentes com as hormonas aos saltos, mas não, acredita. Era só felicidade por estar novamente no cinema. Gostaste do filme?! Ainda bem. Via-se pior ali no canto para onde foste, não via?! Deixa lá. Mas podias ter ficado. Tínhamos acabado com as pipocas entretanto. E, mesmo quando chorei, nem muito ranhosa me revelei nem nada. Fica benzinho, sim?! E que a vida te corra pelo melhor. A sério. Que a seriedade é que te assenta bem.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cinema


Vou ali jantar e ver este filme e já volto.

Indescritível, inqualificável, ininteligível, impressionante, inacreditável

O vídeo que o Correio da Manhã disponibiliza hoje, para quem quiser ver, na sua página inicial. Passei o dia todo a falar de crianças em perigo, repesquei um dos casos que mais me impressionou nestes anos todos de investigação na área (não são muitos, mas já são alguns). Estava, apesar de tudo, longe, muito longe de imaginar que assistiria ainda a uma coisa destas. Não é o crime que me aflige. Não é. Há-os todos os dias. É a criança ao colo. E, mais ainda, o facto de o jornal ter feito disto capa virtual. E não consigo dizer-vos mais nada.

A quem interessar

Chegámos há bocado. Vou dormir.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Do desalento*


*São fases. E as fases passam. Dão lugar a outras fases. Já na lua é assim...

Decisões

Tomo decisões. Sou incapaz de pedir que as tomem por mim. Mas também não consigo não lhas revelar uma por uma. Sei que, no fim, me diz sempre o que preciso ouvir. Como hoje. Mais uma vez.

Dos amores para sempre

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O que foi que aconteceu?!

Futilidades assumidas

Acabo de pintar as unhas de um cor-de-rosa choque tãããooo tcharam, senhores.

Vou trabalhar!

Vamos por partes

Continuo a subscrever tudo o que expus neste post. Embora concorde com o Professor Marcelo Rebelo de Sousa e reconheça que o nome não é o mais espectacular, não ignoro que talvez seja o mais fidedigno. Ainda assim, não, não me identifico nada com a música dos Deolinda. Acho a letra fraquinha e o ritmo também não me aquece a alma. Não é o meu hino, definitivamente. Em suma, estou com o pessoal do movimento. Só não nos colem à força, a todos, à cantiga do momento.

Verdades e assim assim


Ontem disse-me


És uma romântica. Como eu.

Love it

Histórias com gente dentro

Disse-me baixinho:
— Meu amor, olha-me nos olhos.
Ralhei-lhe, duramente, e disse-lhe:
— Vai-te embora.
Mas ele não foi.
Chegou ao pé de mim e agarrou-me as mãos...
Eu disse-lhe:
— Deixa-me.
Mas ele não deixou.

Encostou a cara ao meu ouvido.
Afastei-me um pouco,
fiquei a olhá-lo e disse-lhe:
— Não tens vergonha? Nem se moveu.
Os seus lábios roçaram a minha face.
Estremeci e disse-lhe:
— Como te atreves?
Mas ele não se envergonhou.

Prendeu-me uma flor no cabelo.
Eu disse-lhe:
— É inútil.
Mas ele não fez caso.
Tirou-me a grinalda do pescoço
e abalou.
Continuo a chorar,
e pergunto ao meu coração:
Porque é que ele não volta?

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões

Os meus amigos são... mesmo bons!

Recebi um doce de abóbora com amêndoa e bolachinhas caseiras... tudo para os chás do meio da tarde!

Mano

Kiko, fiz-te um fado.
Isso promete.
Queres que te cante o refrão?!
Não.
Ok. Não resisto quando insistes... tu sabes. Cá vai. O meu menino é de pláááskito, é de pláááskito o meu menino, é dum pláááskito inflamável, o meeeeeeeeeeeuuuuuuuuuuuuuuu meninoooooooooooooooooooooooooooooooooo.
Alguém te leva a sério?!
Quem não me conhece.

5 minutos depois

Oh maaaaaaanaaaaaaaaaaa?! Oh maaaaaaaaaaaaaaaanaaaaaaaaaaaaa?!
Diiiiiiiiizzzz, chato.
És a minha mana preferida.
Não tens outra.
Mas, se tivesse, eras na mesma.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Detalhes


Foram os pequeninos gestos que me fizeram perceber um dia como eras importante para mim. São eles, como este que acabas de ter, há minutos, que continuam a dar razão à evidência de que não suportaria perder-te.

Provei e... não gostei!

Macarons

Verdades e assim assim

O que eu prefiro mesmo são sabrinas redondinhas à frente.

Mum


50 anos a adorar papoilas

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Rir no trabalho (não é do, é no trabalho)

Notícia de última hora:


Foi encontrado no Funchal o último ... que faltava contactar para um projecto do ....

Junto do mesmo estava um bilhete Funchal-Lisboa-Funchal que permitirá ao ... estar presente na reunião de 24/02.

Foi ainda comunicado que por residir em Lisboa o ... dispensa a generosa oferta de reserva hoteleira.

Um abraço amigo, a chefe da equipa de buscas,

P.


O que eu me ri com este e-mail!

Gosto de

velas acesas e música instrumental enquanto trabalho. A vela de hoje cheira a canela. O instrumental cedeu o lugar à Mercedes Sosa, bem baixinho.

Aromas

Enquanto enfrento a última leva de exames desta época, chega-me da cozinha um cheiro bom de Inverno. Maçãs com mel, em lume brando.

Aviso já que não é costume, mas tem de ser. Vou usar o blog para mandar um recado.

NÓS NÃO SOMOS AMIGOS!!!

Atenta bem:
- eu visito os meus amigos que estão doentes;
- eu ligo aos meus amigos no Natal;
- eu desejo bom ano aos meus amigos;
- salvo quando os meus amigos moram no cu do Mundo, eu encontro-me com os meus amigos;
- eu convido os meus amigos para ir à bica, ou lanchar, ou jantar, ou fazer um serão com pipocas;
- eu falo dos meus amigos e digo meu isto e meu aquilo;
- eu respondo aos meus amigos;
- os meus amigos não costumam magoar-me.

Pessoa, não sei o que é pior: eu ver coisas a mais ou tu não veres o que está bem à vista. Nós não somos amigos. Já fizeste o estrago que tinhas a fazer. Foi bom para ti?! Óptimo! Para mim também, pelo menos até meados de Outubro. Agora, adeus! Nós não somos amigos.

Casas - continuação


Amo as cadeiras. Adorava uma cozinha assim...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Entendi-te!

Tendo em conta que:
- entrei na escola com 5 anos;
- passei sempre;
- acabei o secundário com excelente média;
- entrei na faculdade que queria, no curso que pus em primeiro lugar;
- estudei seis meses do último ano da faculdade fora e vim com muito boas notas;
- acabei o curso com 22 anos;
- ah... e com boa média;
- fiz o estágio todo direitinho;
- recebi o primeiro cheque por uma diligência e sei que foi de €74,17. Sim, não me esqueci de nenhum 0;
- fiz a agregação e até dispensei a oral (aquela coisa das boas notas, outra vez!);
- trabalho desde 2006, ininterruptamente, em tanta coisa diferente que nem vale a pena começar a enumerar (mas até já fui advogada de um clube de futebol, só para terem uma ideia);
- fiz uma linda tese e até me deram o veredicto de ser uma mestre muita boa (atenção: antes de Bolonha, não haja confusões!);
- acumulo três empregos remunerados e não... oh... a sério... não estou rica. Aliás, quando na sexta feira me deram de orçamento da oficina 470 euros, eu só não desmaiei porque me lembrei que ainda tinha de pagar o seguro do carro, pela módica quantia de 511 euros. E pronto, não gosto de virar os anos com dívidas, morrer também não estava nos meus planos com essas contas pendentes. Mas sim, confesso, ando aqui que não me aturo e ainda tenho de ver se me dou um swatch tão lindinho daqueles das duas voltinhas e o vestido rosa pálido que vesti na Tintoretto. E umas Ras de Primavera;
- num dos meus empregos tenho contrato anual, benza-o Deus. Noutro, tenho uma bolsa, anual, que me tem pregado sustos de morte (quase a vi por um canudo no mês passado). Noutro, o contrato é apenas nos primeiros semestres lectivos, embora em termos de trabalho aquilo se arraste até Maio (Podem chamar-me tótó!);
- com os artigos (que lindos) ganho separatas para dar aos amigos, adenairadas com autógrafos personalizados;
- com as conferências ganho flores e medalhas/compotas/queijos/canetas/latinhas/porta chaves/doces... e uma felicidade imensa, por isso, por aqui não me queixo (às vezes ganho uma viagem e uma estadia assim a corpo de rainha e então aí é verem-me rebentar de alegria! Gosto mesmo!);
- nas aulas avulsas até se ganha bem, mas havia de ter ao menos duas por mês para folgar a bolsa;
- vivo sozinha e pago as minhas contas de água, gás, luz, internet, meo, telefone;
- perco-me em prendas porque (mesmo, não é género, é mesmo) adoro receber, mas acho que ainda gosto mais de dar. No Natal entro anualmente em recessão económica;
- tenho mais despesas fixas com: um plano poupança, uma contribuição para quando for velhinha, quotas da Ordem (tenho de acabar com isto, eu não exerço!), telemóveis, depilação definitiva, depilação com cera, massagem do mês, cabeleireiro, pelo menos, de três em três meses (já lá vai o tempo de todas as semanas), manicure e pedicure quando é preciso, enfim...
- desde há um ano, quando vim morar para cá, que poupo em gasóleo a quantia que quase me paga a renda... mas mesmo assim o meu carro não anda a água da fonte;
- vou ao teatro de vez em quando, compro livros por compulsão, quero sempre mais um cd, se não tivesse nada que fazer todos os dias ia ao cinema e aprecio uma viagenzinha de quando em vez, nem que seja cá dentro. E já dei para o peditório do campismo. Sou rapariga de hotel (não ler motel, mas hotel);
- tenho 5 afilhados, um irmão mais novo 11 anos e que só gosta de coisas da Pepe Jeans para cima, e uma catrefada de sobrinhos do coração;
- reúno frequentemente com os amigos, motivo pelo qual me esforço para que em minha casa não faltem mimos, como biscoitos caseiros, scones quentinhos, doces caseiros, bolachinhas mini-mini ou... pronto, quando ando sem tempo até para dormir, broa de milho amarelo para torrar;
- hei-de, diga-se e sublinhe-se, acabar até ao penúltimo mês de 2014 uma tese de doutoramento, dê lá por onde der, podendo, contudo, suceder que dê para mais tolinha até lá. Nos entretanto, fui uma das lindas três pessoínhas a ser avaliada com excelente no ano curricular;

e...

ando muitas vezes à rasca, transpiro frio de cada vez que penso em comprar casa, porque nunca sei quando metade disto não vai pelo ralo. Não sou espectacular, nadinha mesmo, mas também não sou assim uma tipa que se tenha afeiçoado a dormir até ao meio dia (o que eu gostava...) e a enfardar novelas todódia... pelo que... meus caros... percebo tão bem as pessoas da reportagem e posso tão pouco aceitar o balofo argumento do "é pegar o destino nas vossas mãos". Tá. Já estamos a correr atrás dele. Mas ele tem as pernas maiores e eu só meço um metro e cinquenta e sete mal medidos. Lérias, pá!

Geração à rasca

Agora vou ali ver a reportagem da SIC e já volto!

Prontus, se é assim, contem comigo!

Parece que é possível passar um fim de semana (por mês, vá) em cada uma das capitais do Mundo, pela módica quantia de... setenta e quatro euros e dois cêntimos (segundo me informa hoje o conversor). A sério... contem comigo. A notícia que li falava de Paris. E a menina gosta. Não tanto como de Londres ou qualquer pedacito da sua adorada Itália, mas gosta. E ainda que a menina não gostasse assim muito, o nome do meio da menina é o verbo ir, pelo que até no Burkina Faso a menina admite aterrar em passeio.

Oh ide lá votar, ide, ide!

Estou horrorizada!


Queixas de maus tratos a crianças na Associação Sol

Três funcionárias apresentaram queixa na PSP contra uma colega, a diretora e a psicóloga da Casa Sol por maus tratos às crianças internadas na instituição.



Espero muito que seja mentira! Muito!

Ai, oh pá...


Estava eu aqui a fazer as provas do bendito artigo e, shame on me, a ouvir o Oceano Pacífico (ando em modo "oh que mimenta sou... oh... oh..."), quando a pérola do senhor da rádio é: "Às vezes, basta apenas uma mensagem, com poucas palavras, simples, para entrar na vida de alguém e fazer um coração bater apressado.". Vi todo um filme à minha frente. Socorro. A sério. A técnica da mensagem dá-me calafrios... Como diria o referido: "Vale a pena pensar nisto!".

Diz-me com qual estás e não poderei dizer-te como andas!

Tenho trazido as unhas pintadas de roxo escuro, mesmo escuro. Ainda hoje hei-de pintá-las de coral.

Assim... sim...

A chuva a cair,
o vento a soprar,
o chá a ferver,
o artigo a andar...

Verdades e assim assim

Enervo-me com quem não ouve sequer a pergunta, sedento de desbobinar durante horas um chorrilho de disparates inócuos e que só provam que a matéria da cadeira formou um grande nó naquela cabeça. Acabam a sorrir, orgulhosos da quantidade de vocábulos debitada. A mim, só me apetece abaná-los e mandá-los ir para casa assentar as ideias.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Homens do meu país,

pequena R., que é muito boa moça e acaba, ainda assim, de ser insultada por um amigo, vem, pelo presente, esclarecer que lá porque nós não telefonamos... isso não quer dizer que não estejamos mortinhas por falar com vocês; lá porque nós não mandamos poemas... isso não quer dizer que não fiquemos de pernas bambas quando nos dedicam essas atenções; lá porque nós não vos acordamos todos os dias com sms de bons dias... isso não quer dizer que o dia não nos corra uma bosta só porque vocês se armam em duros e um dia, olha, decidem também não nos bafejar com essa brisa matinal; lá porque nós não vamos a correr encontrar-vos todos os dias... isso não quer dizer que as nossas unhas não paguem cara a imbecilidade, roídas até aos cotovelos... DUUUUUHHHH... É preciso explicar-vos tudo!!!
Salvo as cada vez menos raras excepções, as meninas são princesas... sedentas de vos ver derrubar dragões só para chegarem às masmorras de "oh tão só que me sinto" em que mergulharam. Por isso, as meninas sossegam-se aparentemente... crepitando por dentro... sonhando coisas que... vá, pronto..., reconheço..., vocês naturalmente têm dificuldade em adivinhar. Mas... oh pá... é ir lá por tentativas. Tudo nas palminhas. Não desistam. Insistam. Leiam em cada "agora não" um "pede lá só mais um bocadinho... vááááá lááááá...". Soube, ainda agora, que, vejam bem... há exemplares da vossa equipa que julgam o desinteresse proporcional à ausência de iniciativa. Meus queridos, cá beijinho à conselheira, não é nada assim. O que vocês têm de ponderar é o entusiasmo com que vos atendem, a prontidão com que vos respondem, a cara de apardaladas com que que vos brindam no primeiro encontro... e no segundo... e no terceiro... e por aí fora..., as noitadas penduradas convosco ao telefone, os renovados investimentos em cremes, depilações, sapatos, roupinhas e assim, as vezes todas em que encostam o trabalho às boxes só para jogar conversa fora, a genuína confissão de alguns medos, de algumas falhas... Pessoas... não está em causa o quanto queremos ficar na vossa vida... apenas o quanto os vossos semelhantes já partiram o nosso coração. Ah... e aquela evidência de que TODAS queremos mesmo é que nos apareçam à porta com um cartaz a dizer "Fica comigo"! (pronto... há uma excepção, P., mas tu sabes... ela não bate bem... não podes guiar-te por essa pequena amostra!).
É isto. Adeus.

Huuummm




China

A China foi considerada a 2.ª potência económica mundial.
A minha esteticista chinesa, coisa mais aplicada nas pedicures e manicures, trocou-nos por um negócio na praia mais próxima.
É sempre com uma lágrima à beirinha dos olhos que percebo que metade das lojas da minha infância, da Baixa, foram tomadas por ChinaStores.
Ando a suspirar por gambas em prato de ferro seguidas de um gelado frito.
Hoje, enquanto ouvia que o novo reitor pretende ser "o reitor de TODOS os universitários de Coimbra", passo em frente ao Nacional e reparo numa Universidade de Medicina Chinesa.

Mais alguma coisa?! Sinais?! Não?! Vejam lá...
Eu sei... Digo que quero ir à China... Mas daqui a pouco não é preciso. Vem a China a mim.

Verdades e assim assim


Há gente muito esquisitinha, sinceramente. Na segunda posição do top estão os que assinam com o título académico, superados apenas pelos que se anunciam com o mesmo auxiliar. São mais ou menos os mesmos que sofrem de asma se lhes roubamos a muleta e, quais incautos, acreditamos que no Registo ainda não aceitam o nome Doutor. Haja pachorra.

Já agora, não tem nada a ver, mas lembrei-me e também é uma verdade. Antes que me esqueça, não gosto de camisolas interiores.

Tcharam... o convite!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Digamos que...

Podia ter telefonado... e não telefonei.

Mas a verdade é que também podia apenas ter respondido... e nem respondi.


Poema sem rima e breve que estou com sono:

O amor é lindo.
O melhor do mundo são as crianças.
Se ele é teu amigo, pode bem ser o teu amor.
Dormir com o algoz deve dar más noites.

Vendida


Até tolerava festejar o dia só para ter desculpa para choramingar por um destes. Baratinhos. Tão jolies. Ar de pequena R. Então os côrrosinha mais vetusto... Ai... ai...

Calças de fazenda

Ela: Tenho um amigo que precisa de te conhecer. Mas eu ando a evitar.
Eu: Porquê? Ando assim com tão mau ar?
Ela: Não. É que... ele usa calças de fazenda.
Eu: ?! E?!
Ela: Calças de fazenda.
Eu: Sim. Mas não estou a perceber o que é que isso tem a ver com o adiamento...
Ela: E-l-e u-s-a c-a-l-ç-a-s d-e f-a-z-e-n-d-a!!!
Eu: Sim. Já percebi. Mas e daí?!
Ela: Vais andar com um gajo que usa calças de fazenda?
Eu: Mau. Fogo, a fazenda das calças do rapaz deve ser mesmo má... Ao que tu estás a bater na mesma tecla...
Ela: Não é isso. Olha, é giro, é inteligente, tem muito sentido de humor...
Eu: Cozinha?
Ela: Muito bem!
Eu: Amiga, andas a atrasar a minha vida. Só pode.
Ela: Mas usa calças de fazenda.
Eu: Fazemos assim: apresentas-me o moço, já que anda nessa ansiedade. Tiramo-nos as medidas e pode acontecer que de hoje a um ano eu não esteja boa da cabeça e alinhe no piroso do dia só para lhe dar umas calças de ganga.
Ela: Vocês vão dar-se bem.
Eu: Talvez.
Ela: Ah... está a fazer pós doc em %$#&/€.
Eu: Ai, pá... isso é que já me baralha os cálculos. Não dá para me apresentares amigos normais, com vidas normais, sem teses atreladas?! Para tolinha, basto eu...

Mundo meu... para onde caminhas?!

Hoje vi, no primeiro andar de uma casa em ruínas, a uma janela sem vidros, um rapaz a jogar playstation.

Hoje ouvi um homem pedir a uma empregada de uma ourivesaria que escolhesse alguma coisa que achasse bem e a embrulhasse que ele às sete lá passava para ir buscar o presente da mulher.

Gosto tanto, tanto, tanto... mas tanto, tanto...

Gosto de

magnólias de folha caduca. Brancas.

Minha música essencial #22

*

Então, bom dia, sim?!

Verdades e assim assim

Hoje pendurei corações no meu candeeiro da sala.

De que cor é o teu coração?!

Minha música essencial #21

O meu irmão

é um ser humano maravilhoso. É isso. Este fim de semana, mais uma vez. Sempre.

Meio tempo

Não se mente aos diários.
E... no entanto.
Não pode dizer-se tudo quando o diário é público.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Gosto tanto, tanto, tanto... mas tanto, tanto...

Direito à solidão


O direito à solidão está na fila de espera para o catálogo dos direitos humanos de quarta (quinta?) geração. O direito... a ser sozinho. Quando soube, achei mesmo bem. Continuo a achar. Menos em dias assim, em que dou ares de pedra da calçada, gasta e com uma chiclet agarrada. Nem um "és muito gira" me salvou. São dias.

Tenho saudades tuas

A minha saudade tem o mar aprisionado
na sua teia de datas e lugares.
É uma matéria vibrátil e nostálgica
que não consigo tocar sem receio,
porque queima os dedos,
porque fere os lábios,
porque dilacera os olhos.
E não me venham dizer que é inocente,
passiva e benigna porque não posso acreditar.

Pode ser uma casa ou uma rede
das que não prendem pássaros nem peixes,
das que têm malhas largas
para deixar passar o vento e a pressa
das ondas no corpo da areia.

Seria hipócrita se dissesse
que esta saudade não me vem à boca
com o sabor a fogo das coisas incumpridas.
Imagino-a distante e extinta, e contudo
cresce em mim como um distúrbio da paixão.


José Jorge Letria

Sou muito fã de uma música de arraial...


Tire o pé do chão!
O que eu me ri quando ouvi isto pela primeira vez...

Não é ser má


é sentir que devia ter feito mais, dito mais... e mais cedo.

Há notícias que nunca deviam existir

Devo confessar,

embora acredite que já tenham percebido, que sou um vidrinho em matéria auto-estima académica. Tenho melhorado, fruto de algumas conquistas a muito pulso e um ou outro elogio inesperado e dos que são mesmo sérios, sem mãozinhas pelo pêlo. Enfim... coisas. Não é sequer uma falsa modéstia ao género oh que não sou um pequeno génio de caracóis, é, isso sim, uma consciência muito honesta de finitude, de limitação, de não brilhantismo. E isso não é mau. Dá-nos o conforto da normalidade. Sim, a grande maioria de nós não é brilhante neste particular. É só normal. Por isso, há coisas que me deixam com um quente de alma difícil de interpretar por quem chega, vê e vence, sem mais. E é assim que explico que hoje, enquanto me dirigia para a oficina que amanhã há-de pôr-me o carro como novo (ou não... mas aquilo já são barulhos a mais), tenha olhado para a nova sede da minha Editora e rasgado um sorriso, acompanhado de um suspiro fundo. Porque sim...

Da falta de opção

Escolham... Um, sexo explícito. O outro, escalpes cortados à vista, algures no maior conflito da história da humanidade. Eles: sexo explícito. Bem... espera-se que o meu papel seja um pouco regulador também nestas matérias. Há uma cônjuge a acompanhar as sessões pelo skype e que deposita em pequena R. várias doses de confiança: da cor das unhas da mais velha, aos enredos cinematográficos que servem de boa desculpa para o serão. Portanto, e porque já tinha divagado sobre o verbo furar em latim, achei prudente optar pela guerra. O amor não devia ficar no ar, vá. Que sim. Arrependi-me nos primeiros dez minutos. Muito tiro, mas isso é o menos. Muita cabeça cortada, muita paulada, muita mutilação, muita piadinha de mau gosto dos nazis e dos outros e uma puta de uma confusão com o filme falado em francês e as únicas legendas disponíveis em inglês. Agora... olha... aguenta. Vou dormir. Que não, que não, que não. Bem à vontade 70% do filme vergada sobre mim, com a cabeça nos joelhos e as mãos nos ouvidos. Descalço-me. Estamos em casa, bolas. Nem me atrevo a pôr-lhes as pernas para cima. Não dá tempo. Passo a vida a tapar a cabeça e a ouvi-los prognosticarem daí a quanto tempo poderei respirar e dar melhor jeito ao pescoço. Enfim. Com isto tudo, enfardo uma chávena de chá e amacio a dor de barriga. Fazem-se apostas. Vai na volta e a gaja tem pena dele, o que lhe vale uma colecção de balázios no peito. Suspiro, que era assim uma pontinha de amor. O colega do lado, aka N. de seu nome, remata com a evidência de que as mulheres são umas falsas. Acalma junto com G. quando não me aquenta ou arrefenta que o Pitt vá de vela. Belezas óbvias nunca foram o meu forte. Mais umas cabeças a rolar. Um nunca mais me apanham noutra. Eu agora vou para casa sozinha. Sonho com isto toda a noite, pá. Não há direito. A conversa descamba, pois, para o torto. Que havia opção. Lembro-me que, na descrição de quatro linhas do filme, cinco palavras eram bed e havia para aí uns três equivalentes de fuck mas em chique. Defendo-me que não, não havia opção. Afinal, também iria para casa sozinha. Uma pessoa não controla os sonhos... enfim... deixo à vossa consideração o resto. Concluem que sou uma tarada com ar de menina. Depois levanto-me e doem-me as cruzes. Era fogo de vista. Estou arrumada. Para a semana vemos a Cinderela.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Nós


Dois singulares. Cada um para seu lado.

E levava-me ao altar #13

Devo dizer-te

São horas de voltar. Tu já não vens, e a espera
gastou a luz de mais um dia. Agora, quem passar
trará um corpo incerto dentro do nevoeiro,
mas terá outro nome e outro perfume. Eu volto

à casa onde contigo se demorou o verão e arrumo
os livros, escondo as cartas, viro os retratos
para a mesa. Sei que o tempo se magoou de nós,
sei que não voltas, e ouço dizer que as aves
partem sempre assim, subitamente. Outras virão

em março, apago as luzes do quarto, nunca as mesmas.


Maria do Rosário Pedreira

Gosto de

decorações com alma!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

I.

A I. voltou. E bebemos chá e conversámos um bocadinho, raptada que fui desta montanha de folhas com coisas escritas e por ler. Está tão sábia. Do casamento, dos 30, da vida... não sei. Mas a minha I. está uma senhora. O que distingue os amigos de todos os outros personagens da nossa vida é esta capacidade de retomar as conversas do ponto onde elas ficaram, às vezes, um ano depois. Soube muito bem... embora me tenha dado na cabeça com alguma força.

Verdades e assim assim

Às vezes... é raro... mas acontece... conseguem MESMO irritar-me!

Ficção


Tinha acabado de escrever o tracinho depois do amo quando leu que os frutos verdes não são saborosos. Engoliu o te e foi à sua vida. Outra vez.

A menina quer... muito!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Mentiras e assim assim

Já tinha tantas saudades de resmas de exames para corrigir. Oh saudades...

Minha música essencial #20

Verdades e assim assim

Amei, mas assim de me emocionar de cada vez que a vejo, uma fotografia. Calei-me, caladinha. Paciência.

Cor

Apaixonei-me por um príncipe

que é chá.
Da nova loja de aromas da Baixa. Rendida. Com baunilhas de chocolate preto. Sem palavras.

*

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Verdades e assim assim

Hoje vi um mar mau e isso fez do meu dia logo um dia bem bom.

Gosto de

ir à minha praia no Inverno, sentar-me no bar onde me sento no Verão, de meias opacas, vestido de lã, botas, cachecol, chapéu e casaco comprido. Gosto de os ouvir tratar-me como se fosse da família, jurarem que Agosto vai ser mesmo bom, prometerem-me o último chapéu, junto ao mar, da primeira fila. Gosto que me contem de quando não tinha dentes à frente, usava uma trança clarinha quase sempre a desfazer-se, chorava se perdia uma forma e teimava que um dia comeria a sopa de pá. Gosto que se lembrem que pedia os epás pela cor da chiclet. Gosto de os ter visto novitos e de me parecer que o tempo não passa por eles. Gosto que me façam sentir que o tempo também não passou por mim. E que, por isso, ainda se despeçam com um "Boa semana, R.tita!".

Cartas de Amor


Fim de semana em casa dos papás. Um postal de Natal tardio ainda por arrumar. Voltei à minha caixa de postais e cartas. Sim, também tenho uma. É cor de rosa e branca, de cartão, nem grande, nem pequena. Cabe nela uma parte da minha vida. Uma parte da minha vida escrita. E... então... uma letra já esquecida, ali a saltar à vista. Pego na ponta do envelope e vem um maço de cartas, juntas por uma fita de cetim azul turquesa. Datam todas de 1999. Começo a lê-las. Percebo. Chamava-me A.. Começava, invariavelmente, as cartas por "Olá" e nunca as acabou sem ser com "Beijos". Não assinava. Punha uma rúbrica. Não tinha por onde ter acontecido. Já nem me lembrava. Era Pedro. E não sei o que será feito dele.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Segredos milagreiros*

Isto...



e, depois, isto...
Agradeço-lhes sempre que, em dias de cadela, alguma alminha verbaliza um "Estás com bom ar!". Lamento as vezes todas em que me vence o "meia bola e força" pela manhã!

* Com possibilidade de acrescento de: um blush tom terra discreto, uma sombra de brilho à noite ou opaca nude de dia e um juicy tube da Lancôme no Verão ou o imprescindível baton de cieiro no Inverno (às carradas). Caso deva comparecer a uma festa, assim mesmo de arromba, posso perder a cabeça e aceitar um rímelzinho, desde que não me esqueça de, acto contínuo, repetir pelo menos 50 vezes de mim para mim "Não posso esfregar os olhos.". Vá... e não digam que vão daqui!

Não se esqueçam

Gosto de

lavadouros públicos e roupa a corar.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

:)

Pequena R.: Tenho tantas saudades de estar sozinha contigo a contarmos as pequenas grandes coisas da nossa vida, pá! Ando tão carecida de uma conversinha dessas, tu ao volante, eu de pendura...
G.: És tão tónhó!

46 minutos de telefonema depois, com ambas as orelhas a doer

Pequena R.: Pronto, tá. Beijinho. Passo aí domingo. Xiii à mais que tudo e às crias.
G.: Tenho tantas saudades de estar sozinho contigo a falar de cenas... Ainda bem que vamos quase uma semana para a capital...
Pequena R.: Não sejas tónhó!

Basicamente: Somos uns tónhós. Ah... e somos comó Roque e a Amiga.

Wishlist

Sete Cidades, Março de 2008


Uns dias nos Açores. Estou a ficar viciada naquela terra. Há quase um ano que lá não vou. Quero... quero... quero tanto...

Facebook - sim... ainda!

Ela: Ainda não somos amigas no facebook!
Eu: (Nós somos colegas... eu sou uma rapariga que separa os amigos dos colegas, mas tá bem!) Eu não tenho facebook!
Ela: (Queixo suspenso) Como?
Eu: Não tenho!
Ela: Mas toda a gente tem.
Eu: (Arre... eu lá tenho ar de quem faz alguma coisa só porque toda a gente faz?!) Mas eu não tenho.
Ela: Porquê?
Eu: (Duuuuuuuuhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh) Bem... podia dar-te montes de razões, mas confesso que a mais forte e verdadeira é: porque não!
Ela: (Insistente) Mas agora até temos uma parte em que trocamos vigilâncias.
Eu: (Ai, pequena R., há horas em que tenho tanto orgulho de ti!) Pois... boa!

Ó vamos lá fazer pela vida...


É uma resolução de Fevereiro, tão linda. Antes de cair de cabeça para cima do computador, dos exames, dos arrazoados de artigos ou apresentações em power point, dos apontamentos manuscritos para as aulas ou dos inestimáveis calhamaços de doutrina onde, crente, julgo um dia encontrar a salutar inspiração para me pôr a escrever uma tese de doutoramento com cabecinha, tronco e membros, passarei a dedicar nunca menos de dez minutos a uma chávena de chá quentinho, sem ser aos goles com as pernas à chinês e qualquer um dos elementos acima no colo. Além disso, mas só se não me for pedir muito, fazia gosto em conseguir ler ao menos uma página de um livro que não fosse de direito por dia. Não quero Caras, Vogues ou outras que tais que me façam puxar pela moleirinha, reorganizando-me milimetricamente em termos de tempo e pecúlio para rodar a bolsinha nas compras. Não. Fico a modos que já bem contente se conseguir acabar o Saramago que vai a meio há um mês e enfim puder pegar no Nobel actual, coisa mais adequada chamar-se das Travessuras e tratar de uma tipa que, ao que parece, era má. Com paciência, dar-vos-ei, assim a determinação permita, conta dos desenvolvimentos. Amen.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

E esta, hein?!

Fiquei hoje a saber que quem não me conhece, lendo o blog, fica a pensar que sou: workaholic, sempre disponível para toda a gente, querida e um bocadinho fútil. Diz quem me conheceu depois de me "conhecer" pelo blog. Eu cá acho que andam longe da verdade. Não sou workaholic, não sou sempre disponível, só sou querida com as minhas pessoas e há dias em que sou tão fútil que nem eu me aturo. Ora, recupero para aqui, porque tenho novas visitas e porque sim, estes dois desafios: 1) um defeito e uma qualidade de pequena R.; e 2) uma palavrinha que a defina.

Vivendo e aprendendo


Aprendi à minha custa, minha, minha, minha, que o primeiro efeito imediato do abandono do comprimidinho dos 21 dias pausa 21 dias pausa 21 dias é... tcharam... uma saga depilatória sofredora. Não é assim uma dorzita, um incómodozinho, uma intrigante sensação de repuxado. Não. É... ora bem... tipo... arrancarem-nos a pele à dentada. Pensando bem... nunca me arrancaram a pele à dentada. Mas deve ser tipo isso. E sim... é o que custa mais. Porque uma pessoa viver os primeiros meses sem saber a quantas anda, eh pá... é mau, é arreliador, mas não dói. Uma pessoa nos primeiros meses ter dores de barriga que só lhe apetece deitar com uma botija de água quente, no escurinho, a ouvir pan pipe?! Eu sei... é complicado... mas supera-se. Com trifen e a desculpa de que se anda sensível... supera-se. Agora isto?! Imaginar, mês após mês, que vamos passar pela tortura com a léria do "sofrer para bela ser"?! Isto, meus amigos, é de ir às lágrimas. Mais. É que não dá para mandar berros e chamar nomes à pequena J., que se aflige só de ver a minha cara de pânico. Hoje, meus amores, doeu tudo. O laser, a cera, tudo. Acho que se me fizerem festas desato à pancada. Estou traumatizada. E para o mês que vem há mais. E depois. E depois. E depois. E depois. E depois. E... não... não é opção aquela coisa do "facilita que não é verão e andas de meias"! Plamordasanta. Uma pessoa permite-se reincidir no tormento em nome de um bem maior que esse de "não se ver". É mesmo porque... faz parte. É como tomar banho todos os dias. Lavar os dentes. Cortar as pontas espigadas de três em três meses. Pôr creme nos cotovelos. Pintar as unhas dos pés mesmo que seja para andar de botas. Sei lá. Faz parte. Mas vai doer. Oh se vai. Portanto... a grande meta de pequena R. é controlar de vez a intratável diastólica para ver se, de uma vez por todas, param com a triste ideia de lhe dizer que não pode fazer amizade com o comprimidinho dos 21 dias pausa 21 dias pausa 21 dias. É isto. Foi sofrido. Bolas... Em Março há mais.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Verdades e assim assim

Humor

Hoje encontrei a R.. Foi minha colega de curso. Era minha companhia em todas as orais. Aliás, ainda hoje, no meu telemóvel, consta como R. das orais. É juíza. Então e tal e coisa e converseta. No fim: "Tu, ao que sei, continuas lá na escola, não é?! Tens de acabar isso, miúda. Vá lá... esforça-te!".

Do que me derrete

Ao telefone com o mano... ouvi-lo no fim dizer "Olha... mana... esqueci-me de uma coisa... Tu sabes que eu te adoro, não sabes?!"

...

Às vezes, quando a noite vem caindo,
Tranquilamente, sossegadamente,
Encosto-me à janela e vou seguindo
A curva melancólica do Poente.

Fernanda de Castro, Meditação

Estou a ler,

desalmadamente, a produção de uma pessoa que escreve em série. O que, acrescente-se, não significa que o faça muito bem. Dividi a tarefa com o G.. Já cuspimos letras pelos olhos. Ossos do ofício. Isso e aquela coisa do "não podes criticar o que não conheces".

Nota mental: detesto textos em que 90% do que está escrito são citações. Sempre achei o trabalho dos monges copistas muito válido, mas lá nos séculos da Idade Média.

O género

Agora que acabei de corrigir o último exame, posso acrescentar apenas que eles eram três homens de barba rija e eu uma menina dada aos romantismos. Vimos todos o mesmo filme. O personagem principal traiu a mulher com a ex futura cunhada. Quando esta engravidou e lhe cobrou as promessas de deixar a família e viver com ela o amor do êxtase, ele... dá-lhe um tiro. Nessa noite, o homem teve insónias. Ah... e verteu duas lagrimitas. Os meus amigos acabaram solidários com a dor do patife, que, afinal, só estava dividido e em stress com tantas cobranças... Eu... torci até ao fim para que a desgraçada da mulher ficasse com outro e, no máximo, lhe mandasse fotos dos filhos para a prisão. O gajo safou-se. Amuei. Gozaram comigo. Pois. Afinal... a tipa tinha sido uma fácil. Homens, pá! Se os mandarmos para um poço eles saltarão?!

Para que conste

O verniz foi rosa. O chá foi de jasmim. O filme foi bom. A companhia foi, como sempre, do melhor que há. A caminhada até lá foi revigorante. A boleia até casa foi previsível. Tudo dentro da normalidade. E a normalidade sabe bem.