segunda-feira, 30 de abril de 2012

Não sou eu que digo #3

Quando alguém nos magoa, deveria ser simples colocar essa pessoa de lado, esquece-la, arrancar de dentro de nós todos os pedaços de memória que nos ligam, avançar para outras oportunidades de sermos felizes e eventualmente até perdoar quem nos fez sofrer, embora este tipo de magnanimidade o deixe para alguém bem melhor que eu. O saber onde ela está, com quem está, se pensa em nós, se se arrepende, deveriam ser das últimas coisas a fazer parte dos nossos pensamentos, mas já se sabe que o coração não é assim tão simples de controlar ou até perceber.
Questiono-me se há um tempo definido para esquecer quem passa pela nossa vida e nos marca profundamente, se o facto de por fim aceitarmos o fim de uma relação nos permite olhar para a outra pessoa e não sentir mais do que o que se sente por uma das pessoas anónimas com que todos os dias nos cruzamos na rua, ou se isso é uma fantasia irrealista e impossível de concretizar.
Todos sabemos que muitas destas marcas só desaparecem ou se desvanecem quando uma outra pessoa vem ocupar o lugar principal no palco da nossa vida, mas será que estamos verdadeiramente preparados para deixar isso acontecer quando, em eventuais oportunidades que surgem, as inevitáveis comparações que logo são feitas derrotam a nova pessoa sem possibilidade de recurso?

Da pessoa de sempre.

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