quinta-feira, 24 de maio de 2012

Aroma de mim


Ultimamente, quase sempre que entrego um documento a alguém, ouço, do lado de lá, que o papel cheira a mim. Espanto-me, até porque, como devem imaginar, não ando a borrifar resmas de papel com o meu perfume, nem tão pouco me esfrego nelas para que fiquem com o meu aroma. Voltou ontem a acontecer. Dei-lhe o papel e o melhor melhor amigo sai-se com a pérola "Cheira a ti, pequena!". Oi?! Pois... ao que parece, não sei como, agora dei em deixar nos escritos uma marca olfactiva. O perfume não mudou (há anos que é o mesmo), a maneira como o uso não mudou (é raríssimo usá-lo directamente nos pulsos, que seriam a parte de mim mais em contacto com o papel), o tempo que dedico aos papéis tem sido cada vez menos... não faço ideia de onde apareceu a moda, mas a verdade é que, ao que parece, tenho um cheiro característico e o que entrego às pessoas, depois de me ter passado pelas mãos, vai com esse aroma atrás. Diz que é bom, que se lembram de mim. Eu acho que quando chegar à fase de chumbar pessoas em exames, o meu Balenciaga Paris será o mais odiado dos aromas. É um suponhamos. Vamos a ver.

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