sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Pequena R. e a comunicação social

Cada um é para o que nasce e não vale a pena contrariar o destino. Depois de em 2010 me terem feito ir para a televisão explicar determinada novidade legal e de um determinado episódio mais cómico, ontem, à saída do yoga, vejo uma chamada não atendida de um número que não conhecia, ligo e... pedem-me que fale logo ali sobre um determinado assunto. Ainda tentei explicar que estava um bocado descadeirada e que dar entrevistas à noite, pelo telefone, sentada no carro, não era assim propriamente o que mais me apetecia, mas diz que o chefe tinha dito que tinha de ser eu e eu pronto, lá respondi às perguntas. Reconheço que foi tudo um bocado a manear, mas tinha o jantar para fazer e os pais à espera e a minha vontade de ficar famosa não é assim por aí além. Apesar de tudo, garanto-vos, expliquei tudo explicadinho. E é aqui que chegamos ao cerne da questão: por que cargas de água é que os jornalistas baralham o que a gente lhes diz?! Falam connosco 25 minutos e elegem ao calhas meia dúzia de linhas, que atamancam nos artigos. Pior... dizem-nos que perceberam... e depois vai-se a ver e... naquela cabeça, sobre aquele assunto, mora uma grandessíssima cagada em três actos. Tenho pena. Do título, então, tenho uma pena sem tamanho, que está uma miséria pegada. Mas desisto. Sempre disse que se não fosse o que sou seria jornalista ou assistente social. Acho mesmo que até podia ser feliz a ser jornalista, mas começo a ter implicância com a classe, pá. Parece que é tudo meia bola e força. Vai daí que tenho uma pequena pergunta para fazer aos jornalistas que me lêem: posso começar a pedir aos vossos colegas para rever as peças em que usam o meu nome antes de eles as publicarem?! É que daqui a pouco vou falar para outro e estou cheia de medo que baralhem tudo outro vez. Era isto. Grata, sim?!

4 comentários:

  1. Olha eu trabalho na àrea jurídica e fico louca cada vez que vejo artigos escritos que envolvam casos em tribunal. Ele é cada erro sobre processo penal!! Já para não falar no cível e nos procedimentos cautelares!

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    1. Mas eu aí até costumo dar um desconto. Penso que pronto... a pessoa não é da área, claro que devia informar-se, mas enfim... não tem de ser uma enciclopédia e pode não ter tido oportunidade. Acho menos grave, enfim. O pior é quando vão falar com alguém da área, fazem esse alguém jantar às dez da noite, ouvem supostamente com atenção tudo o que esse alguém explica e no fim... milkshake. Não há paciência.

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  2. Podes pedir para rever, mas duvido que resulte. Vais rever... do outro lado vão fazer alterações à tua revisão, a coisa vai ficar torta outra vez e esse artigo só vai sair lá para 2016. Nivela por baixo, simplifica, antecipa os possíveis erros que possam ser cometidos do outro lado... explica tudo como se o jornalista tivesse dez anos :)

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    1. :) Vou tentar. Mas não sei se vai resultar. Ontem, com essa coisa de antecipar os erros, de dois em dois minutos estava a dizer "é importante não confundir x com z". O homem lá deve ter achado que era mesmo importante e então aparece esta distinção, mas assim, ali caída de para-quedas numa parte do texto que nem tem nada a ver... Vocês são danados, pá!

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