quinta-feira, 14 de março de 2013

O risco

Entre as coisas todas que tinha para fazer hoje, havia três que não tinham a ver com trabalho. Comprar um presente, esticar o cabelo e arranjar as unhas. Saí de casa para fazer as duas primeiras e achei que perdia menos tempo fazendo também a terceira por fora do que à pressa logo mais pela noite dentro. Enfim. Lá fui. Tenho, há uns três ou quatro anos, um risquito numa unha. Não é muito giro, mas é preciso quase estar com uma lupa para o ver. Nunca liguei. Normalmente, está pintado por cima, portanto, nem me lembro. Vai daí, hoje, sendo uma menina nova a arranjar-me as unhas, qual não é o meu espanto quando se passa completamente por causa do risco e me faz logo ali prometer que vou ao médico, que conhece uma pessoa que também tinha um risco numa unha e depois aquilo era grave, enfim. Meus caros: eu sou um bocado (muito) sugestionável. Eu, digamos, não posso ver vomitar que fico mal disposta, não posso ouvir descrições detalhadas de intervenções cirúrgicas que me dá para desmaiar, não posso e não quero ouvir diagnósticos de coisas graves que começam com riscos na unhas... num dia em que dava tudo por um bocadinho de paz e sossego. Reparem: eu optei por pintar as unhas na rua para não me stressar a pintá-las em casa e correr o risco de me passar da marmita tendo de refazer o processo umas sete vezes. Claro que pediu desculpa, disse que também podia não ser nada e tal e tal. Mas a coisa ficou a moer-me. Raisparta. Se pesquiso risco na unha no google, aparece-me de tudo. Não quero saber. Importam-se?! Amanhã boto faladura e por mais que não fique como o N. de cada vez que bota faladura, eu também sou uma pessoa dada a nervos nestas alturas. Portanto... já dei voltas à minha cabeça e estou a ver se me esqueço da porcaria do risco na unha. Marco consulta um dia destes. Fiz exames a tudo e mais alguma coisa em Setembro, fui à dermatologista há menos de um ano mostrar um sinal, mimimi. Nada. Não há-de ser um risco na unha a pôr-me abaixo, sussurra o meu lado racional. Depois, histérico, está o diabo do meu outro lado, desde as cinco da tarde, a repetir-me a conversa toda da Joana enquanto me arranjava as unhas. Ora mas eu... que podia tão bem amanhã falar de luvas e pronto.

2 comentários:

  1. Por falar em risco na unha (?), eu tinha um sinal numa perna. Fui ao dermatologista há um ano. Que não era nada, mas que estava a abrir. Não liguei, mas ficou lá, como bicho hibernando, a informação. Havia de acordar ( o bicho...) e acordou. Consultei o Dr. Google. Prognóstico mauzote. Corri ao médico a sério que correu comigo.
    Não era nada.
    Lição número 1- distância do Google!
    Lição número 2- distância dos diagnósticos das manicures.
    Lição número 3 - a oncofobia é lixada, sister!
    Escreves mesmo bem. Parabéns!
    Nina

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