sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Contem-me tudo

O tamanho das unhas das senhoras é inversamente proporcional às vezes em que se dedicam a limpar a casa, certo?!

Há coisas que podem condenar uma relação #12

O meu homem diz que eu bato palmas como as focas.

Sou muito mimadinha, graças ao Criador!!!

Mum, há pouco, ao telefone: Olha, filha, estou aqui para te comprar um presente, mas não te posso dizer o que é.
Bla, bla, bla...
Já agora, preferes um colar em tons de bege ou vermelho?!

Memórias

Tenho uma péssima memória. Para o bem e para o mal, tive de aceitar que a minha memória é, de facto, muito má. Quando, nos testes psicotécnicos, a primeira aptidão profissional me ditava uma carreira de actriz, soube logo que isso só podia dever-se ao gosto que sempre tive por teatro, ao facto de desde muito miúda fazer teatro (tenho umas saudades...). Não podiam, em concurso para aquela conclusão, contar com a minha memória, já na altura fraquinha de dar pena. Quando percebo uma coisa, dificilmente a esqueço, mas há coisas que não são para perceber. Como diz a minha professora de alemão, há coisas que, pura e simplesmente, temos de decorar. Ora eu, decorar, bem, decorar não consigo. É uma das razões pelas quais a ausência de regras no alemão me enerva tanto. Também terá sido esta uma das razões para a minha pior nota ter sido a História de Direito Português. Ou que a única vez em que ponderei copiar na minha vida de estudante foi no oitavo ano, para o teste em que tínhamos de saber todos os reis, de todas as dinastias, com data de início e término de reinado!!! Muito por isto, posso amar um filme, uma música, um livro, um poema, um quadro... e... não conseguir dizer quem realizou, quem compôs, quem escreveu ou quem pintou. Admiro a capacidade de quem mentalmente cataloga os seus amores e nos cita de cor a história completa de um objecto que admire. Não consigo. Acreditem que nem é porque goste menos. Simplesmente, não consigo. Tenho imensa dificuldade em fazer listas de predilecções. Sinto que me esquecerei facilmente de items importantíssimos. Pode acontecer que me falem de um filme e eu julgue, na altura, nem sequer o ter visto. Depois vão-me repovoando os sentidos das imagens que o compõem e a meio da conversa desbloqueia-se-me o cérebro e lá chego eu à conclusão que conheço, então pois claro que conheço. A minha mãe disse-me vezes sem conta que tudo isto se devia a colar os conhecimentos com saliva. Não estou assim tão certa. Há muitas coisas que não colo com saliva e, mesmo assim, sinto que preciso reavivar de tempos a tempos para ter na ponta da língua. Preparo hoje as aulas como sempre. Vá, em menos tempo, é certo, mas tenho de as preparar com a mesma atenção, porque pode facilmente escapar-me um pormenor imprescindível para a compreensão de dado problema. Sempre que leio um artigo que escrevi, espanto-me de ter pensado aquilo e preciso parar um bocado a refazer o raciocínio... Depois lá vejo que até faz sentido, mas preciso de tempo. Esta minha péssima memória justifica que tenha de escrever tudo. Todos me gozam, mas a verdade é que tenho um caderninho onde aponto os presentes que ofereço no Natal, às diferentes pessoas. Ou fazia isso, ou as minhas pessoas corriam o risco de ser corridas a coisas repetidas todos os anos. Esforço-me por dar alguma coisa que me lembre a pessoa, que ache que tem a cara de quem pretendo surpreender. Por isso, seria fácil repetir-me. Esta minha característica, chamemos-lhe assim, tem, porém, um lado muito bom. Um lado que, honestamente, para mim, compensa tudo. É, muito seguramente, uma das marcas de personalidade que mais prezo. Esqueço com facilidade uma coisa que façam e que me magoe. Acontece com alguma frequência lembrar-me que a pessoa x não tem um santo que cruze com o meu, mas não conseguir dizer exactamente porquê. Sei que já me fez alguma, mas já não me lembro bem o que foi. Não guardo rancores. Quem erre comigo uma vez pode, sem grande dificuldade, voltar a ter-me por inteiro. Basta que se arrependa, não reincida, peça desculpa e me leve a esquecer. Guardo, e isto é também uma coisa que prezo muito, com mais facilidade, um momento feliz, uma ajuda preciosa, uma palavra amiga, um ombro em que chorei, um gesto cúmplice... do que um deslize. 

Que a vida me ponha sempre, no caminho, pela vida fora, quem aproveite a minha má memória para reconhecer que amar-me é também saber desculpar-me as falhas com a condescendência com que eu própria as esqueço no outro...

Pride and prejudice

Uma pessoa revê "Orgulho e preconceito" e reconcilia-se imediatamente com a vida... Não supera, na minha opinião, o inexcedível "Expiação", um dos meus filmes preferidos, mas é sempre, também, uma muito boa escolha.

Dica para ser feliz

Gosto muito!


Um dos filmes mais pequena R. que há chama-se "Les émotifs anonymes". E esta é uma das músicas que compõem a sua banda sonora. 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

*

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Despedidas

Continuo sem saber o que dizer a quem perde uma pessoa muito amada. Todas as frases me parecem ridículas. Fico para ali, de olhos embaciados, a abraçar a pessoa, com muita força, e a esperar que o tempo se ocupe de lhe povoar o coração só com saudade, já sem aquela dor tão funda. E calada. 

Gosto tanto




das figuras Willow Tree... Tanto!

Amor é

acreditar que vinha... a que horas fosse. Amizade também. Por isso, amor é isso e saber que, ao chegar, recolhidos os dois num xii sem tempo, o resto se ia embora e ficava mesmo tudo bem. 

So... so... so... ooohhh

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Pequena R. pede ajuda ao leitor

Preciso de encontrar um sítio onde possa comprar guardanapos com um quadrado de quadrilé miúdo para personalizar com ponto cruz. Encontro de tudo, menos guardanapos. Se não os achar, bem sei que posso bordar o quadrilé e depois mandar aplicá-lo em linho, por exemplo, fazendo os guardanapos à medida, mas se souberem onde posso arranjar disto já feito, fico muito agradecida. 

Como amamos nós, afinal?!

Gosto de amar com beijinhos e xis. Gosto muito de amar com beijos na boca, mas amo muito com beijos nas bochechas, no nariz, no queixo, nos olhos e na testa. Gosto de amar com abraços apertados, mas também amo com festinhas nos braços e nas mãos. Gosto de amar a medir o tamanho das nossas mãos sobrepostas. Gosto de amar deitada ao lado do amor, a ler, a ouvir uma música bonita ou em silêncio. Gosto de amar quando me pede só mais cinco minutos de sorna e quando lhe deixo o adoçante junto à chávena do café. Gosto de amar quando me preocupo em não lhe oferecer toalhas húmidas, em dar-lhe uma almofada alta e em ter queijo no frigorífico. Gosto de amar à secretária, enquanto ele vê um filme e eu trabalho, e gosto de amar no sofá, enquanto ele trabalha e eu preguiço. Gosto de amar com bilhetes, com flores e com surpresas. Gosto de amar com olhares cúmplices e uma linguagem que só nós conhecemos. Gosto de amar de mão dada na rua e nos trajectos de carro, enquanto comentamos o dia que passou, programamos o dia seguinte ou partilhamos o gosto por um quadro. Gosto de amar aos fins de semana e às quartas feiras, juntinhos. E gosto de amar aos outros dias, com declarações de amor no mail, vozes mimentas em telefonemas vários e atenções miúdas em forma de sms. Gosto de amar a contar estrelas, a ver a lua e a desafiar a vontade de ver o mar. Gosto de amar medindo-lhe a febre com os lábios encostados à testa e dizendo-lhe baixinho, enquanto dormita, "que bom que isto é". Eu gosto de amar assim. E vocês?!

Das urgências

Vi "Amor" e li "Como é linda a puta da vida". De uma assentada. Ambos. Tinha o primeiro há meses em cima da secretária. No outro dia, à noite, pus-me a vê-lo. Nunca me pareceu tão acertado ver um filme sozinha. Tão cru. Foi melhor assim. Prefiro, por agora, que os meus não o vejam. Nenhum deles. Não é o momento. Para ninguém. Tão cru, já disse?! Li o segundo hoje à tarde. Tenho imensas coisas para fazer e não é comum começar um livro quando estou a ler outro. Não sei, portanto, o que é que me deu. Para além de uma urgência na alma. O que aparentava ser um intervalo para tirar a roupa do estendal, acabou por ser um pretexto inesperado para afastar o Pepetela, reparar de novo no verdinho do MEC e abri-lo. Lembrei-me do meu homem, da página 34, das férias. Peguei no livro, parei diante das flores oferecidas anteontem e sentei-me a ler. Não parei. Até acabar. Não propriamente incomum, é um hábito mais raro à medida que os afazeres se avolumam e os livros profissionais de leitura imperativa se agigantam na lista bibliográfica da tese. Não sei, então, porquê. Mas teve de ser. 

domingo, 25 de agosto de 2013

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Ser filha é

receber um telefonema do pai, a pedir que compre o presente à mãe, com indicação do que pretende e tudo... e, a seguir, receber um telefonema da mãe, a pedir que compre o presente ao pai, com indicação do que pretende e tudo. Ele diz que não tem tempo de ir comprar, ela garante-me que lhe dava mesmo muito jeito não ter de vir à cidade. É isto. 

Verdades e assim assim

Sou jurista. Os juristas não devem escrever coisas como o texto abaixo. Enfim. Toda a gente sabe que sou contra a pena de morte. Seja ela de que maneira for, inclusive desta forma macaca de atirar as pessoas ao mar. Sou jurista, mas às vezes sou irracional (vejam aqui aqui). Nessas alturas, venho para o blog. Lá fora, sou jurista. Aqui, bem, aqui sou muitas coisas, até imponderada. Não me parece grave. É "só" um blog. 

Do fogo

Não falo do fogo. Nem dos bombeiros que morreram. Não falo do barulho das sirenes. Nem deste céu cinzento aqui de frente. Não falo. Para quem tem uma casa rodeada de pinhal, não é fácil falar do fogo. Quando o fogo é falado, calo-me caladinha e peço com força que chegue o Inverno, o frio, o orvalho da manhã e o cacimbar da noite. Não falo do fogo. Odeio-o demais para conseguir falar dele. Não falo do fogo. Não falo dos incendiários. Não falo deles porque me obrigam a estupidificar. Não comento o fogo posto. Não posso. Pediria que atassem pedras pesadas às pernas de quem ateia os fogos... para que, atirados ao mar, não pudessem mais de lá sair. Não falo disso porque me apercebo como sei ser má e vingativa. Prefiro não me tentar. Posso não ter coragem de fazer mais nada e desatar só a chorar. Não falo do fogo. Lamento muito. É isso. Lamento. Muito.

Diga 33


Os meus pais casaram há 33 anos. 33 anos... mais tempo do que aquele que eu tenho de vida, bolas. Aborrecem-se. Têm ambos um feitiozinho.... Mas já lá vão 33 anos. 33. Que venham outros tantos. E por aí adiante. 

Da Síria, sem esperança

Faz hoje chamamento capa em vários jornais online o facto de ter sido atingido o brutal número de um milhão de crianças sírias refugiadas. Por criança, para o efeito, desconsidera-se a noção assente nos diplomas internacionais e assume-se que que se trata apenas de menores de 11 anos. Inevitavelmente, sou obrigada a questionar-me quantas, afinal, são as crianças sírias arrancadas à sua família, à sua casa, à sua escola, aos seus amigos, ao seu país... como derradeira investida de sobrevivência. Não consigo, por mais que tente, racionalizar os acontecimentos descritos nos últimos dias. Independentemente das questões políticas e estratégicas associadas, custa-me que uma organização como as Nações Unidas, no seu conjunto, seja conivente com o arrastar de uma situação no mínimo dúbia. Não sei se houve efectivamente ataques com armas químicas, mas parece-me absolutamente essencial que, pelo menos a título cautelar, se assuma isso como francamente provável. Há factos. Este número divulgado hoje, mal julgado no critério, como já disse, de não considerar criança todo o ser humano com menos de 18 anos, não pode ser despiciendo na análise mundial do conflito sírio. Juro-vos que esta é uma daquelas coisas que nunca conseguirei aceitar de ânimo leve: a arbitrariedade das oportunidades de vida de uma pessoa, a altamente improvável hipótese de se vingar numa vida serena quando se calha na triste sorte de nascer em determinado sítio. Assim, como a negarem a quem nasce, logo à cabeça, uma percentagem gigante de hipótese de poder viver em paz. A aleatoriedade da seta traiçoeira do destino de quem fica doente, de quem padece num acidente rodoviário, etc, surpreende-me, mas esta, de se nascer praticamente condenado à suprema infelicidade de não poder viver em paz, quase me envergonha sempre que me lembro de fazer queixinhas. Que tristeza.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Da expectativa

Não há pessoas perfeitas. Não conheço nenhuma, pelo menos. Há pessoas extraordinariamente surpreendentes. Tenho a imensa sorte de conhecer algumas. Há pessoas inteligentes, há pessoas bonitas, há pessoas simpáticas, há pessoas com muito sentido de humor, há pessoas compreensivas, há pessoas sensíveis, há pessoas apaixonadas, há pessoas solidárias, há pessoas cheias de talentos, há pessoas escandalosamente sociáveis, há pessoas atenciosas, há pessoas educadíssimas. Há pessoas que reúnem todas aquelas qualidades. Mesmo essas, não são perfeitas. Ou, pelo menos, não são necessariamente perfeitas. Conheço algumas pessoas com todas aquelas características e que, ainda assim, têm defeitos. Nunca, talvez por isso, acreditei poder um dia encontrar uma pessoa perfeita. Meu dito, meu feito. Não encontrei. Acontece que me venho convencendo desde o primeiro dia que encontrei a pessoa perfeita para mim. E isso, enfim, é meio caminho andado para a coisa dar certo. A outra metade está, naturalmente, dependente do facto de a referida pessoa se vir convencendo, também ela, que encontrou a pessoa perfeita para si, no caso, eu. Acompanham-me?! Óptimo. O meu namorado  formalizou um pedido de namoro quando já há muito namorávamos. Ora, eu cá tinha pensado começar pelo pedido e namorar a seguir. Não calhou. Foi bom também. O meu namorado é a pessoa mais ensimesmada que eu conheço. Em português por claro, o meu namorado prende o burro. Eu cá tenho pouca paciência para gente que prende o burro, sobretudo porque gosto de tudo muito explicadinho, conversadinho, e sofro de arritmia quando não me esclarecem logo e me pedem espaço, nem que isso signifique só um bocadito calado. Mas enfim. Gosto dele, ele gosta de mim, tem prendido menos o burro e conversado mais e é bom também. O meu namorado é ligeiramente obcecado por trabalho. Eu também, mas ele é mais, pronto. É chato nunca chegar para jantar antes das nove e ter adiado o início das nossas férias, mas é um querido que aceita o shame on you da coisa e ainda pede desculpas, que é um sinal grande de maturidade e eu gosto dele e portanto, é bom também. O meu namorado prefere fotografias sem gente e eu prefiro fotografias onde apareçam as pessoas, mas a verdade é que continuo a rever as fotografias das férias, só para me lembrar de como foram boas. O meu namorado consegue estar a falar comigo e a pensar nas alterações ao Código de Processo Civil ou numa forma de safar um cliente da cadeia. Enerva-me, mas depois dou por mim a discutir direito com ele e acabo por achar piada à coisa. É bom também. Deu-me flores uma única vez, mas deixa-me recados a dizer que me ama, dentro de livros ou no computador. É bom também. É um desarrumado crónico, mas quando acabamos de tomar o pequeno almoço diz-me que posso ir pintar-me porque ele lava a louça. É bom também. O meu namorado recusa-se a dar-me beijos se os meus pais estiverem num raio de dez quilómetros, mas nunca anda na rua sem ser de mão dada comigo. É bom também. O meu namorado tem como prato de eleição arroz de cabidela (sim, eu sofro!), mas alinhou em fazermos um jantar gourmet cá em casa para os amigos. É bom também. Reparem que o meu namorado diz que há dias em que o meu cabelo lhe faz lembrar o Rubeus Hagrid do Harry Potter (há coisas que podem condenar uma relação...), mas até hoje não passou um dia sem dizer que me amava e talvez possa contar pelos dedos das mãos aqueles em que não me disse que estava muito bonita. É bom também. O meu namorado dorme mal e isso faz com que eu me preocupe muito, mas contempla-me enquanto durmo e eu acho isso muito foffi. Encontrei-o. E ele encontrou-me. Chateiam-no os meus vícios de mulher solteira, mas enternecem-no as características da menina mulher que é fanática por limpezas e escreve sem erros. Dá-me ideia que em Itália o vi olhar para mim, embevecido, enquanto pedia à menina que lhe servisse ervilhas salteadas. Não se descoseu, mas diz-me muitas vezes que se orgulha de mim. É muito mais ponderado e incomparavelmente mais culto. Desajeitado na maneira de me ir levando para o seu mundo público e carecido de mimos que lhe sustentem a aprovação a que juro ter sido sujeito por todos os meus, faz-me feliz. Faz-me rir. Ensina-me coisas. Dá-me lições, até de humildade. Não deixa de ser importante ter-me eleito para botar faladura e aceitar cada vez mais esclarecer tudo o quanto antes, deixar tudo em pratos limpos. Emociona-se com o que o magoa e com o que o faz feliz, desde que se trate de uma coisa verdadeiramente importante. E escolhe irrepreensivelmente as suas coisas importantes. Teima que gosta mais de mim que eu dele. Não consigo dizer-lhe o contrário. Continuo com dúvidas acerca do quão feliz posso fazer alguém e continuo cheia de medo de não conseguir alcançar este patamar em que ele me põe todos os dias. Não sei se é porque gosta mais de mim. Acho, honestamente, que é porque gosto tanto dele que acabo ainda mais rendida quando o vejo ceder aos meus caprichos e fazer-me as vontadinhas, como ver a lua, cheios de calma, ali na varanda, sem o tempo contado. Mas ele teima que não, que gosta mais de mim. E eu, olhem, deixo-o levar a bicicleta. Não vos disse, mas é teimoso até à sétima casa. Expectativas?! Bem... acho que os planos que a vida tinha para mim são mais melhores que os que a dada altura supus querer muito. É bom também. É óptimo, vá. Amanhã já é sexta, ele vem de fim de semana and... we are in love.

Vale para eles... mas também vale para nós :)

Pequena R. desafia o leitor... que está de férias!

Experimentem fazer 1500 quilómetros num dia. Vão perceber que, não indo a conduzir, ainda assim, há coisas que podem fazer para tornar o tempo uma coisa mais fácil de passar. Sim, é perfeito ver as vistas, mas, se já as tiverem visto, ao fim de umas horas dispensam até continuar a fotografar o deslumbre dos campos imensos de girassol em flor. Vai daí, e porque sou uma namorada do mais querido que há memória, a minha estratégia do último dia, em que fizemos Nîmes - Coimbra, passou por não me calar. Toooooda a gente sabe que eu gosto de falar e é raro ficar sem pilhas. Falo de tudo. Mimimi pardais ao ninho, dá-me para cantar, para contar histórias, para fazer muuuitas perguntas, para comentar tudo e mais alguma coisa, para pedir que me ensinem isto ou aquilo, para mostrar que também sei qualquer coisa, enfim. O meu homem cansou-se. Gosta que eu fale (diz ele), mas cansou-se. E pediu-me cinco minutos em silêncio. Custou-me. Fartei-me de lhe escrever bilhetes, que o obrigavam a abrandar a velocidade. E de lhe dar recados em língua gestual. Mas o melhor foi esse tempo ter dado para engendrar mais uma maneira de o manter desperto. Socorri-me dos bons velhinhos "Pequena R. desafia o leitor", mas levei a coisa ao extremo. Assim sendo, houve perguntas para todos os gostos. E o jogo ficou tão foffi que já o repliquei com a mãe e amigas em férias. Leva tempo (não se esqueçam das circunstâncias em que veio ao mundo), mas é giro. É curioso ver como algumas respostas se repetem em todos os desafiados, como em algumas coisas o meu homem me conhece já tão melhor que qualquer pessoa, ou como a mãe não consegue tolerar que afinal tenho mesmo defeitos. Se não tiverem mais nada que fazer ou simplesmente acharem piada, ficam as perguntinhas:

O que seria pequena R. se pequena R. fosse:

- uma cor
- um cheiro
- um objecto
- um carro
- um sentimento
- um animal
- um planeta
- um livro
- uma cidade
- um país
- uma jóia
- uma pedra preciosa
- uma árvore
- uma música
- um sinal de trânsito
- uma flor
- um sabor
- uma personagem histórica
- uma personagem de BD
- uma palavra
- uma hora
- uma forma geométrica
- uma fase da lua
- uma paisagem
- um desejo
- um pecado capital
- um quadro
- um filme
- uma disciplina
- um homem
- uma caneta
- um número
- um som
- uma letra
- um relógio
- um momento do dia
- uma parte do corpo
- uma sensação

Não sei como, esqueci-me de perguntar

- um poema

Para a coisa render, tenho pedido sempre para justificarem as respostas.

O desafio começa... agora!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Da e De

Já há decisões contraditórias quanto à querela em torno do "da" e do "de" que podem determinar a ilegitimidade de um candidato autárquico para ascender ao cargo. Reconheço à polémica a importância proporcionalmente inversa aos conhecimentos que vou recuperando em matéria de interpretação legal. É de mim ou a malta anda a esquecer-se de uma coisa chamada espírito da lei?! Ca nervos!

Christmas markets

O meu lado natalício já começou a dar sinais. A bem dizer, quando, como é tradição, a 25 de Junho, cá venho dizer-vos que já só falta meio ano para o Natal, começa a minha contagem decrescente. Este ano, o meu coração dividi-se. Por um lado, quero cá o Natal, não só por ser a minha época preferida, mas porque nunca passei um Natal com este príncipe que tenho ao lado, porque ando com vontade de fazer anos (e porque ele também fará), porque estou fartinha de calor e roupa fresca, porque a minha casa conhece o seu esplendor maior é quando a inundo de luzes e pendurezas alusivas à época, porque A-D-O-R-O dar e receber presentes, porque significa passar (assim seja) mais um serão fabuloso em casa da minha avó, porque soará no meu carro o "It's beggining to look a lot like Christmas", "Santa Claus is coming to town", "All i want for Christmas is you", etc, etc, etc, porque desde que, no ano passado, fui a Viena, me rendo ao projecto de voltar, muitas e muitas vezes, a cidades europeias com tradição de Christmas Markets, porque sim. A parte má?! Terei, em Dezembro, ainda menos tempo para entregar aquilo... e não sei se aquilo irá no bom caminho ou se andarei a bater com a cabeça nas paredes. Ah... e aproxima-se o final de ano, que não é uma data que me seduza particularmente.

Mas enfim... descobri hoje que o Marché de Nöel dos Champs Elysées começa a 15 de Novembro e que a loja Nikolaus, que encontrei no sábado, no Chiado, se enche de magia é em Dezembro e... o que me dá verdadeiro alento é saber que... já só faltam 4 meses e 3 dias :)
Já tenho a lista feita. Para a semana começo a pensar nos presentes. A ver se é desta que consigo fazer, com estas lindas mãozinhas, alguns dos ditos.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Devagarinho

Vamos começando a pôr tudo em ordem, a ter novamente as gavetas cheias de roupa lavada, o frigorífico com um bocadinho de tudo, a fruteira colorida e a agenda com tarefas assinaladas. Já arrumámos e limpámos a casa, já arrumámos a secretária com os papéis por ordem de prioridade de tratamento, já vimos as bandeirinhas amarelas do mail, já nos mentalizámos que era bom, mas não podemos estar sempre de férias e, além disso, até gostamos de trabalhar, vá. Venho, ainda por cima, aprendendo com a idade que não vale a pena apostar tudo em grandes momentos, que é preciso é ser feliz aos bocadinhos, todos os dias tentar ser um bocadinho feliz, um bocadinho mais feliz. Por isso, enfim, há uma tese para fazer (blhacc), há um prazo sobre os ombros, pesado, mau, feio, mas há saúde, há um sentimento imenso, sereno, seguro, assim feito amor perfeito a florir no coração, há um mano quentinho nos xis, pai e mãe juntinho, os melhores amigos do Mundo, fins de semana para desopilar, conferências para fazer (e toda a gente sabe que eu adoro disso), mundo para percorrer, sonhos simples para realizar e um ano inteiro, novinho em folha, para viver. Vamos com gosto, com um sorriso, que se vai melhor. 

domingo, 18 de agosto de 2013

Começa agora

um novo ano. Para quem divide os anos mais pelo calendário escolar que por outro, ameaça dar o berro por alturas do mês de Julho e pode fugir daqui por alguns dias, mesmo, mesmo, é em Agosto, o que começa agora é um novo ano. Custa muito... mas tem de ser. Então, até mais daqui a bocadinho, sim?!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Imaginem-se

numa viagem pelo norte de Espanha, pelo sul de França e pelos arrabaldes da minha Pavia, lá na mágica Itália. Imaginem-se a inundar os sentidos de sensações ímpares. Imaginem-se a chorar de emoção no reencontro com uma rua, uma rua lá tão longe que há-de, apesar disso, ser, para sempre, também um bocadinho vossa rua. Imaginem-se uma semana de mãos dadas com um namorado que vos segura a mão mais firme quando atravessam túneis ou troveja, que vos apara o jogo de lhe fazerem perguntas horas a fio e que aceita ensinar-vos, comedido na desilusão de ainda não saberem, regras de uso de canetas de tinta permanente, marcas de carros, teorias sobre os buracos negros ou a influência de Arles para Van Gogh (tinha de deixar isto aqui...). Imaginem-se em hotéis Art Déco, a ler um livro sossegados. Imaginem-se a jantar em praças imensas na história e em marinas rendidas ao luxo. Imaginem-se numa tarde quente de Agosto, na Galleria Vittorio Emanuele, em Milão, com o homem que amam a pôr-vos um anel lindo no dedo. Agora imaginem-me. 

Estou a ver se recupero. Dou notícias em breve.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Trago novidades...

Estou na minha adorada Itália...
Já vos disse que namoro com um príncipe?!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Ir


É hoje. Vou de férias. Vamos. Pela primeira vez na vida, parto sem roteiro, sem hotéis marcados, sem museus pensados, sem dias contados. Vou. A minha única certeza é ir. E, assim de repente, deixou de fazer-me confusão. Vou com ele... por isso, só posso ir ser feliz. Até um dia destes, pessoas. 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Amor é...

ouvir a minha avó durante uma tarde inteira, gravá-la com o telemóvel porque o gravador se me finou e ainda ter capacidade para se ir rindo. 

sábado, 3 de agosto de 2013

Wishlist

Cinema

Vão ver "A gaiola dourada". Mesmo. O que eu me ri... Uma caricatura inteligente, uma homenagem muito sentida e, curiosamente, um filme cheio de pormenores, sem exageros, sem ridículos... apesar do tema que explora: a emigração portuguesa em França. Quando virem a cena do elevador, digam-me se aquilo não é um hino à escolha pela família, pelo amor, pelo companheirismo. Não aprecio o Joaquim de Almeida, mas está irrepreensível neste filme. Gostei mesmo muito.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A gaiola dourada


Vou ali ao cinema com a mum e já venho.