segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Breve história de um nó no cérebro

O meu homem anda empenhado em dar-me um nó no cérebro. E calhou-me em sorte arranjar um homem esperto comórraio, o que dificulta ainda mais as coisas. Além disso, tratando-se de um nó no cérebro motivado pelo tema "presentes de aniversário e de Natal", reconheço, há grande facilidade em engrupir a minha pessoa, que basicamente passa, durante um mês, a ter a capacidade de discernimento de uma criança de cinco anos. Fico um bocado às aranhas, porque teimo em acreditar que vou descobrir os presentes que me vão dar, antes de as pessoas sonharem em dar-me as coisas. Tenho um problema sério, a merecer intervenção especializada, concedo. Aos trinta e um anos, a minha mãe continua a ter de me esconder as coisas, FORA DE CASA, para não acontecer de eu não me espantar com nada, por já saber exactamente o que vem em cada embrulho. Reparem: o problema que me assiste não é ser interesseira e querer receber coisas por aí além. Não. O que me consome é não saber o que é, nem que seja um pano da loiça. Porque enfim, gosto de receber seja o que for. É prenda, faz a minha alegria. Por essas e por outras é que às vezes penso que podia era pensar em criar um blog da moda, para ver se as marcas começavam a mandar-me coisas. Podia ser tralha. O que conta é a emoção de abrir o embrulho. Depois tomo a medicação e passa-me (just kidding). Sou fã de Dezembro, anotem aí, certamente também por ser o mês das prendas. Salvo honrosas excepções, é neste mês que recebo todos os presentes, porque é neste mês que faço anos e que é Natal. E escusam de me vir cá com as manias que as prendas são só para as crianças. Ofereçam-me uma mola da roupa, que seja, mas oh pá, ofereçam-me qualquer coisa, que eu fico logo bem mais contente. O meu homem (já disse que é um gajo esperto, não já?!), aprendeu a aproveitar-se disto para me pôr o coração em palpitações aceleradas, mesmo quando está lá na vida dele e eu aqui na minha. Já estive para receber de tudo o que podem imaginar, já me consumi a explicar-lhe que não quero que fique a pedir por me comprar um presente e acho que ele já entendeu. O problema é que agora está a fazer exactamente o que deve para me deixar feliz na hora h, mas tudo aquilo que me enerva toda até lá: diz que eu vou ter várias prendas, dá-me pistas baralhadas, chama para a conversa nomes pomposos de lojas lá da terra dele e de que eu nunca ouvi falar e é capaz de estar a conseguir dar ao cérebro de sua namorada um nó cego. No sábado, tivemos o primeiro jantar de Natal, o dos amigos. Vai daí, houve troca de presentes e acabei até por já receber alguns dos mimos do aniversário. O homem chegou a casa, pôs-se à vontade e sentou-se no sofá a descansar a cabeça enquanto via televisão. Eu?! Bem, agora que me pus a pensar nisso, lembro-me de andar ainda de botas e cachecol às duas da manhã, a correr pela casa, enquanto lhe repetia, insistentemente, "Eu tenho uma mala da ANITA!!!".

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