terça-feira, 26 de agosto de 2014

Gostava muito de ser do amanhecer

A sério. Acho que devem ser pessoas mais claras. Não sei. Tenho essa mania. Eu, bem, eu não sou. Amo demais dormir para poder ser do amanhecer. Acordo cedo quando tem mesmo de ser e é a muito custo. Rendo pouco de manhã. Gostava de render mais. Surpreendo-me sempre com a capacidade elástica dos meus dias quando acordo cedo. Parece que cabem neles muito mais horas. Mas não sou capaz de os instituir como regra. Vergo facilmente à tentação de continuar esticadinha e a aproveitar os vincos morninhos dos lençóis claros e a cheirar a lavado. Sou dos anoiteceres, do pôr do sol, do lusco-fusco. Sou do tempo que arrefece, da morrinha da noite, das estrelas e da lua. Sou das luzes a acender, da hora de chegar a casa, do silêncio porque os outros dormem, dos sons do breu. Sou do cair do dia, do emergir da noite. Sou dos jantares e da moleza de ir rindo à toa. Sou dos banhos do fim do dia, do fresquinho dos pés à solta, do chá antes de deitar. Sou da noite. Gostava de ser do amanhecer, de enfiar mais horas nos meus dias e ser das que correm às seis da manhã. Sou da noite. Do sofá e da mantinha. Do mais acomodado dos preguiçares. E, tenho para mim, isto não ajuda nada a quem tem teses para fazer... Damn it!

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