sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Tenho um cisco na pestana e sono até aos joelhos

E pronto. Estamos em pleno modo d'Aquilo, com direito a insónias e tudo. Esta noite ainda levei um relatório sobre a LTE para a cama e estive a ler até à uma e tal da manhã. Achei, por fim, que já era boa hora de apagar a luz e dormir para voltar hoje a sentar-me à secretária. Bem o pensei, melhor o não fiz. Eram cinco e meia da madrugada e ainda eu dava voltas na cama, com o coração em prantos e a barriga a doer em ânsias. Quando, vergada pelo cansaço, finalmente cedi ao sono, a saga continuou e no meu descanso periclitante ainda houve lugar para uma linda conversa com uma alma que não vejo há dez anos e que displicente me informava que agora as teses tinham de ter cinco mil páginas. Toda eu barafustava, mas indicavam vozes canoras lá da Secretaria Geral que era a lei e a lei é para todos. Como podem imaginar, foi uma noite do mais reparador que há. Ergui-me a custo pela manhã, recomendando-me mais juízo para a próxima e educação a declinar ideias de me pôr a fazer teses (blhac). E tenho estado, desde então, com um raio de uma impressão de que me pousou um cisco na pestana. Já esfreguei a pestana à exaustão, lavei os olhos em água corrente, limpei os óculos como nunca e tomei um banho dos pés à cabeça. E nada. O cisco é do sono. Ou um micro chip contador de páginas que me apoquenta o olho a rir-se da miséria pegada que para aqui vai. Se alguma vez pensarem num doutoramento, tranquem-se em casa, ofereçam-se uma traulitada e durmam dois dias. Se a coisa não passar entretanto, com gosto hei-de contar-vos histórias de ir às lágrimas. Não se deixem é cair em tentação. Ide viver a vida. Tão linda. Lá fora.

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