sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A sessão de noivado, esse momento tão importante quanto assustador

Quem pretender casar nos próximos tempos, pode pedir-me ajuda. Basicamente, tenho tabelas para tudo e já vou no 21.º ensaio de combinações de gente nas mesas... Se calha a chegar ao dia e ficar tudo com cara de quem comeu e não gostou da companhia, corto os pulsos. Ora bem... uma das minha famosas tabelas, geradora de grande controvérsia cá em casa, é a dos fotógrafos. Tem preços e depois todos os prós e contras. Há coisas muito baratas, mas que não incluem filme e têm um ridículo limite de 5 horas de serviço; há coisas estupidamente caras que até incluem drones (é Dezembro... o mais certo é estar a chover a cântaros, gente), e há muita coisa entre os mil e quinhentos e os dois mil euros em que temos de ver o que diferencia cada proposta: o estilo do fotógrafo (para mim, factor mais importante de todos), a duração do serviço, a possibilidade de vídeo, a presença de mais do que uma pessoa no dia do casamento, a oferta de álbum, os prazos de disponibilização de link de fotos, a previsão de uma sessão de noivado,.... Confesso que nunca tinha pensado nisto da sessão de noivado, mas atendendo a que até hoje fui sempre fotografada por gente que conhecia e no dia do casamento o fotógrafo oficial era um perfeito desconhecido, achei que fazia sentido. Convenci o meu homem a custo, agendámos a coisa para o passado sábado e saímos debaixo de um dilúvio em direcção a Lisboa. Tinha pensado numa coisa descontraída, serena, num bairro típico, com um passeio de eléctrico pelo meio, uma ida a uma livraria ou a um museu, enfim. Podia ser que ainda desse para avisar algum amigo e juntar o útil ao agradável. Acontece que a capital nos recebeu em lágrimas. O céu todo a deixá-las cair, gordas e pesadas, inchadas de tanta alegria por nos verem prestes a casar. Vai daí, toda a sessão se resumiu a mil voltas pela Graça, nós e os guarda chuvas, mais a gabardina e o medo de escorregar e cair. O querido Miguel garante que se safa meia dúzia... Eu acho que devem ser aquelas em que nos mandou conversar descontraidamente para fotos mais casuais e acabou a repreender-nos porque acelerámos a fundo em considerações sobre as alterações à prescrição penal, gesticulando, encostados ao Miradouro, como dois tolos. Segundo o Miguel, não somos normais. Já desconfiávamos.

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