sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Na hora h

Todos os grupos de amigos terão as suas peculiaridades e códigos secretos de amizade. Não digo que o meu seja melhor, ou pior, ou até diferente. Mas como me sinto muito confortável nele, sabe-me bem referir a massa de que somos feitos. Capazes de ganhar horas, dias, noites inteiras a dizer disparates, a rir dos disparates, a recordar velhos disparates, não conseguimos passar muito tempo longe. Podemos não concordar com todas as opções que cada um tem, chamar à razão quem nos parece mais perdido e até dar conselhos para lá do que nos é pedido. Ninguém se chateia, nem tão pouco se melindra ou aborrece. Entre nós há profunda liberdade de dizer tudo. Sabemos que as opiniões mais sinceras não serão mascaradas por palavras de conforto, mas sabemos também que, a seguir ao ralhete, nos pode faltar o mundo, mas não faltamos uns aos outros. Somos muito poucos. Destes, com esta certeza inabalável que, aconteça o que acontecer, estamos lá, somos mesmo poucos. Nada que nos apoquente por aí além. Na hora h, somos gigantes, fazemos as vezes de 5, cada um, ou de 10, ou de 20. Não desistimos, não abandonamos, não viramos costas, não nos demitimos, não dormimos, se for preciso. Na hora h, pode o mundo virar-se ao contrário e vir contra nós... nós somos imbatíveis. 

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