quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

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O blog fez 7 (sete) anos há dois dias. Passou para a segunda, parece-me. Sabe ler letras gordas e escrever frases completas. Está um crescido.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Casámos há um mês


(Arroz, pétalas e papelinhos de cores... Coimbra, 12 de Dezembro de 2015)

e neste mês mudou muito pouca coisa, embora tenha mudado quase tudo. É verdade que adormecemos agora sempre ao mesmo tempo e muitas vezes de mãos dadas, que acordamos lado a lado todas as manhãs, que ainda nunca jantámos longe um do outro, que já tivemos direito a um domingo inteiro de pijama, em casinha, que nunca mais nos separámos das nossas alianças e que passámos a ser marido e mulher. De resto, não mudou nada. E é essa serenidade dada pelo que o tempo a dois oferece que permite a paz de alma em que me encontro. Estou casada há um mês. Sinto que passou a correr. Não foi um mês idealizado, por isso, vinha sem grandes ideias. Acreditava que seria bom, mas foi muito melhor que isso. O tempo que levo desta vida tem o sabor melhor de todos que é o da naturalidade, da normalidade, do caminho que se faz, seguro, caminhando, sem pressa, nem vagar, ao seu ritmo. Estar com o B. continua a ser uma coisa maravilhosa porque não me exige esforço nenhum. Nem por agradar, nem por me adaptar. Estou onde pertenço, como se nunca tivesse sido de outra maneira. E, talvez por isso, o casamento me esteja a saber tão bem. 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Sobre a minha relação com a cozinha

Embora, nesta casa, seja o homem o verdadeiro Chef, parece-me da mais elementar justiça que, tendo ele de fazer 180 quilómetros diários, pelo menos nos primeiros tempos, sem dias de folga que não os do fim de semana, eu me ocupe das arrumações e do jantar. Muito por isso, contra todas as expectativas, sou neste momento uma frequentadora assídua dos sites de receitas normais, daquelas que um calhau com olhos pode reproduzir medianamente. Hoje andei pelo da Pescanova. É pena, porque na realidade sou boa é a doces, mas estou a tentar cumprir um mínimo de dieta e casei com uma pessoa que se pica com insulina. Mas vamos ver. Ou melhor, provar. Mais logo. 

domingo, 3 de janeiro de 2016

Ainda de 2015, com amor, as coisas boas

- namorei muito;
- fui pedida em casamento;
- dei aulas noutra casa que não a minha;
- vi a Bethânia ao vivo;
- passei alguns fins de semana fora;
- vi uma raposa do Ártico;
- voltei a Itália;
- voltei a São Miguel;
- participei novamente num congresso mundial;
- botei muita faladura;
- fui convidada para escrever um artigo importante;
- fiz 34 anos;
- recebi uns brincos maravilhosos, que usei para me casar;
- fui muito ao sushi;
- vi o Pai Natal no dia do meu aniversário;
- li muito;
- andei mais do que de costume;
- passei a noite de Natal com o B.;
- estive no Círculo Polar Ártico;
- celebrei os 95 anos do meu avô;
- conheci Estocolmo, a Lapónia Finlandesa e Helsínquia;
- voltei ao yoga;
- revi a minha Gio;
- vi um urso polar;
- casei;
- vi uma coruja das neves;
- encontrei a mantilha com que sonhava;
- aprendi a conduzir carros automáticos;
- tive uma entrevista de emprego que correu mesmo muito, muito bem;
- usei lentes de contacto;
- recebi uma Bimba e Lola e uma Carolina Herrera linda de morrer;
- comprei carradas de sabrinas;
- ganhei a minha primeira Victorinox;
- vi renas;
- mandei fazer uns sapatos de sonho para casar;
- jantei muito com os amigos;
- tive os meus por pertinho;
- ouvi a médica dizer que o B. estava fora de perigo.

O bolo



Nunca quis um bolo de pastelaria. Pensei sempre numa coisa com um ar mais tosco, que fosse caseira, que se assumisse como caseira, mas que se impusesse pela delicadeza, pela simplicidade e pela originalidade. Como a flor do casamento era o amor perfeito (o meu bouquet foi de amores perfeitos e vivás, apenas) e como sabia que os amores perfeitos eram flores comestíveis, procurei muito e encontrei quem mos vendesse cristalizados, um a um, num trabalho manual, qual filigrana, que torna cada flor uma obra de arte. Ponderei muito bem, porque isso encarecia estupidamente os meus gastos, mas achei que valia o investimento. Optei por pedir a duas amigas que tratassem do bolo. A S. é uma doceira de mão cheia. Por isso, pedi-lhe que pusesse o melhor do mundo no bolo mais simples de todos: um pão de ló. Acabou por fazer pão de ló, com um nadinha de pó de amêndoa, recheado com ovos moles. Para a decoração do bolo, não podia pedir a mais ninguém. Tinha de ser a minha I., que faz tudo com umas mãos de fada e aceitou o desafio na primeira hora. Treinaram muito, apanharam alguns sustos, mas o bolo estava lindo de morrer. A cobertura escolhida foi um butter cream muito leve e o topo de bolo, esse, tinha-o debaixo de olho há muito - Promise, da Willow Tree. Não é por ter sido o meu, mas nunca vi um bolo de casamento tão bonito. A fotografia é amadora e não lhe faz justiça. Além disso, estava muito, muito, muito bom. A determinada altura, aumentei a fasquia e lembrei-me de como seria especial que o bolo fosse todo feito com ovos caseiros. E assim foi. Foram 320. A família, os amigos, as mães dos alunos da minha mãe, as clientes do meu pai... toda a gente arranjou ovos. Tornou o bolo ainda mais único. Perfeito!

No mês antes de me casar

aconteceram muitas coisas que testaram a nossa paciência, a nossa força e a nossa fé. No dia 12 de Dezembro, porém, nem choveu. Foi um dia lindo de inverno, tal e qual como eu mais gosto. Acordei cedo, vesti-me com muita calma, pentearam-me, maquilharam-me, arranjaram-me de noiva. Almocei uma gelatina e sentia o meu coração tão em paz quando casei que me esqueci de tudo e só fui feliz. Podia muito bem ter sido um dia a meio caminho, mas não foi. Apesar dos muitos pesares, e do maior de todos, de não termos lá todas as pessoas que gostávamos de ter, fomos, os dois, felizes. O B. acabou a noite a cantar e a rir. E olhem que o B. sorri muito mas não ri por aí além. Foi um dia mesmo bom. 

Antes disso, e como incentivo a quem passe pelo mesmo:
- quatro semanas antes, destruíram os nossos dois carros...
- dentro do carro tínhamos os pratos para o bolo de casamento, mandados fazer com medidas certinhas e que tinham mesmo de ser assim...
- a oficina entregou-nos o carro do B. alegadamente consertado, mas com menos um parafuso (!)
- a minha modista teve uma travadinha e um dia achou que não me conseguia empastar duas costuras da frente do vestido (!)
- eu parti um dente (a dois dias de casar... com o bruxismo levado ao rubro pelos nervos)...
- a namorada do meu irmão foi internada (na antevéspera de casarmos)...
- partiram a tampa da gasolina do carro que me levaria à igreja (na véspera do casamento).

mas, como me dizia a L., no fim, corre tudo bem.
Foi isto.