segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Voltámos


Voltei. E não vim sozinha. É a notícia do ano, a maravilha da vida a acontecer e a apaziguar as outras coisas que às vezes nos obrigam a pôr em perspectiva o que é isso da vida. Soube que estava grávida no dia 31 de Agosto. Confirmei com três testes. Pus o meu marido louco. De lá para cá, o pequeno F. tem apanhado valentes sustos e eu não tenho conseguido organizar suficientemente a cabeça para escrever seja o que for. Passo por aqui. Tenho uma vontade grande de transformar isto novamente em diário, mas ainda não tinha conseguido. Ontem, foi o B. que me perguntou se não estaria na altura de voltar. E talvez esteja. Porque sobrou vida, apesar dos sustos por que passámos, e isso é o mais importante. Desde a última vez que por aqui passei, despedi-me de um emprego, tive o meu pai internado em estado grave (não está bom, mas está melhor), vi o meu melhor amigo perder tudo, excepto a vida (a dele, a da mulher e a dos filhos) à conta de um filho da puta de um incêndio que abriu telejornais, deixei de comprar uma casa, redefini uma série de prioridades e tomei, com o B., decisões que mudam o nosso futuro mais próximo. Soube sempre, apesar de tudo, em todas as tardes passadas no hospital, em todas as noites de insónia, em todos os serões em busca de soluções, que havia um bebé a caminho e que isso, desse por onde desse, era o mais importante. O pequeno F. está bem e recomenda-se. É um matulão e ainda hoje lhe ouvi o "trote" do coração. Posso quase jurar que se mexeu no sábado, mas dizem que ainda é cedo e pode ser impressão. Visto as mesmas roupas de antes, excepto uma coisa milagrosa que se chama cinta de grávida e que nos dá um conforto danado debaixo da barriguinha. Ainda não engordei, mas temo que esse feito não dure muito mais tempo. Tive quase quatro meses de sono incontrolável e há dias em que tenho tanta moleza que só consigo dar aulas sentada. De enjoos, conto apenas três semanas, mas já me deram bem para o gasto.  Tenho uns pais agarrados à ideia do primeiro neto e embevecidos pela nova fase desta vida em família, um irmão mais mimento que nunca e um marido que, nestes meses de tantos trovões, tem sabido, como mais ninguém, transformar os momentos em que estamos juntos em arco-íris de esperança. É o melhor pai que se pode dar a um filho por nascer e o companheiro que a vida, tão cheia de si, me trouxe a tempo de ser feliz assim. Aconteceram muitas coisas, mas, sobre todas elas, há a vida a crescer aqui dentro e isso, aconteça o que acontecer, há-de ser sempre o que fica, no fim dos dias, para sempre. 

10 comentários:

  1. Ohhhhh, parabéns! Muitas felicidades! :)

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  2. Muitos parabéns, vem aí o melhor de ti e do teu mundo! :) vai ser uma montanha russa daqui em diante! Felicidades!!!

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  3. Muitos parabéns!! Vais ver como tudo melhora a partir de agora mesmo quando parece que não! Estou/estamos a torcer por ti! 2017 vai ser um ano fantástico!

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  4. Isto é tudo tão maravilhoso e rico como a vida, com pedras no caminho e curvas apertadas mas também muito emocionante e CHEIA - tão cheia como o meu coração está de alegria por vocês e por ver essa família a crescer. Muito amor, minha querida! *

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  5. parabéns R. querida. Estou «ausente» mas sempre atenta. Tu mereces ... :-) beijo enorme

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  6. Muitas felicidades!

    erva doce

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  7. Muitas felicidades! Que tudo corra da forma que mais desejam, tanto com o F. como para todas essas mudanças ☺ melhoras do pai. Boa sorte!

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  8. Muitos Parabéns!!!!Tudo de bom para a tua família!

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